quarta-feira, 6 de abril de 2011

CORDEL EM DEFESA DO RIO DO PEIXE



CORDEL EM DEFESA DO RIO DO PEIXE

Geraldo Bernardo

Eu vou falar de um negócio
Que é de partir coração.
Mas, querendo ainda dá tempo
De se encontrar uma solução.
Pois, pra força do querer
Não há empecilho muito não.

Fique atento! Preste atenção!
É do Rio do Peixe que eu falo
Pois, está bastante enfermo.
Nem peça que não me calo,
Não quero vê-lo morrer.
Esperneio, grito e badalo:

- Não deixemos ir pelo ralo
A riqueza que Deus nos deu!
Cuidemos, ainda dá tempo,
Deste rio que é nosso, meu e teu.
Desde o começo do mundo,
Muita água por este rio correu.

Mas, agora o pior aconteceu.
Está muito degradado:
Quase não tem mata ciliar,
Com seu leito assoreado,
Suas águas podres, infectadas
De tanto esgoto jogado.

Banhar-se ali é complicado,
Há risco grande de adoecer.
Pano branco, sarna e diarreia
É coisa que pode lhe ocorrer.
Não recomendo pescar
Nem buscar água de beber.

Como é difícil conviver
Com um rio cheio de sujeira.
Pior ainda é saber que a culpa
É de quem matou a ribanceira,
Usou sua argila pra olaria,
E tirou areia de toda beira.

Foi tanto tijolo e “caeira”,
Burlando a lei sem censura.
Que o nosso Rio do Peixe
Agora já não se segura
Onde foram suas margens
E inunda grande lonjura.

Modificaram a estrutura
Fazendo represa ilegal,
Sem nenhum acanhamento
Passaram a criar animal,
Onde era um poço contínuo
Logo se transformou curral.

Ao rio tudo isso fez mal.
Mas, dá até vergonha falar,
Em alguma de sua área urbana
Até mesmo o lixo hospitalar,
Digo isto, pois, já presenciei,
Acharam que ali deviam jogar.

Muito mais tenho pra relatar.
Porém, não vai resolver.
O que queremos agora é ação
Pra que não volte a acontecer
O que ocorreu no passado
E nosso rio acabe por morrer.

Ainda há meios de sobreviver
Para este rio agonizante.
Cuidemos enquanto há tempo,
A partir da sua montante,
Mudando hábitos e atitudes
Ao longo de sua jusante.

Não percamos nenhum instante,
A tarefa parece imensa.
Porém, nada é impossível
E o resultado compensa.
Não é uma tarefa solitária,
Engana-se quem assim pensa.

Devemos ter uma crença:
Que o dever da sociedade,
Que tem tanta tecnologia,
É deixar pra posteridade
Exemplos de superação,
Que é próprio da humanidade.

Conto com sua sagacidade
E faço este chamamento.
Salvar o nosso Rio do Peixe
Não é nenhum desprendimento.
É dever meu, seu e de todos,
É hora de dar cumprimento.

Ainda quero ver o momento
Deste rio recuperado.
Com água boa pra se banhar
E peixe bom pra ser pescado.
Gerando novas riquezas
Sem jamais sem maltratado.

Para este cenário sonhado
Está lançado o desafio.
No Fórum Intermunicipal,
Ação que merece elogio.
Pois, com orgulho vem nos dizer:
O Rio do Peixe é o nosso rio. 

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