quarta-feira, 30 de março de 2011

JOÃO PESSOAS - A MEMÓRIA DA CIDADE

JOSÉ ALENCAR E A FILHA NÃO RECONHECIDA

José Alencar e Rosemary Morais

Todo mundo endeusando José Alencar porque lutou contra o câncer. Lutou porque queria viver e porque tinha dinheiro para pagar os melhores médicos e hospitais. Que bom que sobreviveu tanto.

Não endeuso e ainda o considero um cretino porque não quis se submeter ao teste de DNA para comprovar se Rosemary Morais era ou não filha dele. Fez igualzinho a Pelé, cuja filha foi reconhecida à força pela Justiça.

E José Alencar ainda fez pior ao sugerir que a mãe da moça era prostituta. Ela poderia ser o que fosse, mas se teve uma filha com ele, a sua obrigação era reconhecê-la, mas não queria fazer isso certamente para não dividir a herança com ela.

Que Deus o tenha!

terça-feira, 29 de março de 2011

EDSON RODRIGUES, MESTRE DO SOM



O Maestro Edson Rodrigues é um grande e querido amigo há 39 anos.

Fizemos faculdade de jornalismo juntos. Ele terminou e eu fiquei pelo caminho por causa de dificuldades da vida.

Eu, ele e Helena Ribeiro sempre estávamos juntos, estudando na casa de Helena ou nos intervalos das aulas. Continuamos amigos até hoje e sempre comemoramos nossos aniversários juntos, em uma única vez, pois somos de fevereiro, março e abril, respectivamente.

Edson é uma pessoa extraordinária! Bom pai, bom marido, bom amigo e excelente profissional. Tem um defeito: é muito crédulo e, vez por outra, leva uma rasteira de um espertinho que só quer se aproveitar. Isso, ao invés de desclassificá-lo, para mim só mostra a pessoa de boa índole e decente que ele é.

Abaixo está um texto do Professor Júlio Vila Nova, presidente do Bloco Carnavalesco Lírico Cordas e Retalhos, do qual Edson é o maestro da orquestra, em homenagem ao seu aniversário.

Parabéns, grande amigo Edson Rodrigues! Que os percalços da vida não arrefeçam a sua fé nas pessoas nem na vida.

Um grande abraço!

Fátima Vieira

P.S.: neste endereço vocês encontram muito sobre o Maestro Edson Rodrigues, inclusive as suas músicas http://www.maestroedsonrodrigues.com

==================================================

EDSON RODRIGUES, MESTRE DO SOM


Orquestra do Bloco Cordas e Retalhos - 2007

29 de março é o aniversário de um dos maiores músicos brasileiros, o Maestro Edson Rodrigues. Músico genial, instrumentista, arranjador, compositor, maestro, professor. Mestre. Mais de cinquenta anos de carreira artística, iniciada como instrumentista, pelas ladeiras de Olinda, na orquestra de João Santiago.  

Querem conhecer melhor quem é Edson Rodrigues? Peguem um disco de frevo, qualquer um, dos velhos LPs da Rozemblit aos CDs que abastecem o mercado mais recente. Pois bem. É muito provável que vocês encontrem o nome de Edson Rodrigues lá no encarte, na ficha técnica. Peguem, por exemplo, qualquer disco da série O Bom do Carnaval, de Claudionor Germano; ou os discos do Concurso de Músicas Carnavalescas do Recife, desde quando se chamava Frevança (quando o festival teve o patrocínio da TV Globo, e foi dirigido por Edson); ou o primeiro CD do Bloco da Saudade; ou os dois CDs do Cordas e Retalhos. Lá está o nome dele, na direção musical, na assinatura das composições, nos arranjos, nos saxofones e teclados.

Se você gosta de música, mas não é lá muito chegado ao Frevo, vai encontrar Edson Rodrigues entre os maiores da música instrumental e do jazz feito por aqui e em toda parte. Ele é o solista da Contrabanda, um time de craques. Já percorreu o mundo (EUA, Europa, Japão), levando o Frevo na bagagem sonora do seu talento ou acompanhando alguns artistas sortudos da MPB, agraciados pela presença de Edson ao seu lado, como Paulo Moura, Miúcha, Francis Hime, Alceu Valença, Sivuca, Elizete Cardoso, Waldick Soriano e Clara Nunes, entre outros.

Sobre sua trajetória musical, ele conta uma história do tempo em que ainda estava nos braços da mãe: "Meu primeiro contato com a música, segundo contava meu pai, foi nos braços da minha mãe, ouvindo um samba de Noel. Eu estava muito doente, mas mesmo assim comecei a me sacudir nos braços dela, provocando risos."

Edson Rodrigues, Leonardo Dantas Silva e Maestro Spok,
em palestra sobre o Frevo na Fundaj - 02/03/2007
Foto: Fátima Vieira
Entrou na Banda Municipal do Recife, por concurso, em 1958. Trabalhou ao lado do historiador Leonardo Dantas Silva no Departamento de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura do Estado. Em 1966, conquistou o 1° lugar do Festival de Músicas Carnavalescas da Prefeitura com o frevo Duas Épocas, um dos frevos-de-rua mais bem elaborados de todas as épocas. Edson conta que a composição nasceu de uma conversa com a sua avó, sobre as diferenças entre os carnavais vividos por ambos, em tempos distintos. Uma beleza!

Durante muito tempo, Edson tocou na orquestra de Nelson Ferreira. Quando este veio a falecer, em 1976, assumiu a direção do grupo, até passar a bola para Lourival Oliveira. Nos anos 80, Edson iniciou uma parceria com Raul Valença, filho de um dos ilustres Irmãos Valença. Dessa parceria nasceu o CD Salve o Frevo, Imortal! Imortal!, lançado em 2004, com quinze composições, algumas delas premiadas.

Quando recebeu a medalha da
Secretaria de Cultura do Recife
Em setembro de 2004, foi homenageado no Recife Jazz Festival, com medalha oferecida pela Secretaria de Cultura do Recife.

No carnaval de 2007, o Bloco Carnavalesco Lírico Cordas e Retalhos homenageou o Maestro, que é o regente da orquestra do bloco, durante o programa Carnaval de Pernambuco, exibido ao vivo pela TV Globo. Ainda no mesmo ano, foi homenageado pela Secretaria de Cultura do Estado, com apresentação na Biblioteca Pública; e pelo Conservatório Pernambucano de Música, por ocasião das festividades de aniversário da escola, no Teatro Santa Izabel.

Recebendo a placa em reconhecimento pela sua obra
No primeiro acerto de marcha do Bloco da Saudade, dia 28 de janeiro deste 2011, Edson foi homenageado pelos blocos líricos de Pernambuco, e fui incumbido de entregar-lhe a placa alusiva ao reconhecimento pela sua obra, o que fiz com muita honra e alegria, para expressar a gratidão que sentimos por contar com sua amizade e sua genialidade nos cordões do Cordas e Retalhos, desde 2002.

Um de seus mais ilustres discípulos é Spok, que está trabalhando na produção de um documentário aguardado por todo mundo com ansiedade. O título é Mestres do Frevo, o justo reconhecimento da genialidade de sete maestros atuantes no carnaval de Pernambuco. Edson está entre eles, é claro, e a equipe de filmagens, dirigida pela jovem Andréa Ferraz, esteve nos acertos de marcha e no desfile do Cordas e Retalhos, na segunda-feira de carnaval, acompanhado o Maestro à frente da orquestra do bloco.

Nossos parabéns a Edson. Que Deus continue iluminando seu caminho com a mesma genialidade, coerência e competência de sempre. A ele, todos os aplausos e toda nossa reverência.

Júlio Vila Nova
Presidente do Cordas e Retalhos

Mestres do Frevo

Para saber mais sobre o documentário Mestres do Frevo: http://www.ateliepe.com.br/index2.php



Na concentração do bloco, Cordas e Retalhos,
na Praça Joaquim Nabuco, Edson está na primeira fila

domingo, 27 de março de 2011

PARABÉNS, PAPAI!!!

Foto em 20/03/2011

Meu presente de domingo nesta data é especial porque é o aniversário do meu pai. Está fazendo 89 anos e acho que ainda fará muitos mais, pois na família dele todos vivem muito, até depois dos 90 anos. Como ele é o caçula de nove irmãos, então deverá viver um bocado ainda.

Aos 28 anos
Meu pai nasceu no Pilar – PB, terra de José Lins do Rego, situada a 60km de João Pessoa. Menino ainda, veio morar na capital, na casa do irmão que já era casado e 16 anos mais velho do que ele. Voltou para o Pilar e saiu aos 18 anos para servir ao Exército e morar em João Pessoa.

Meu avô, pai dele, era lavrador e muito pobre. Muitas vezes não tinham quase nada para comer. Papai, ainda criança, ajudava meu avô na lavoura e ia com ele trabalhar em outras cidades, muitas vezes fazendo o trajeto a pé. Acho que por conta dessa origem tão pobre, ele sempre foi muito preocupado que não nos faltasse alimentação. Todo o dinheiro que recebia era sempre para a comida em primeiro lugar.  


Rodou a Paraíba nessa caminhonete

Já adulto trabalhou em João Pessoa numa representação da fábrica de charutos Suerdieck. Casou em novembro de 1951 e quando a empresa faliu ele foi trabalhar no Banco Lar Brasileiro, associado ao Chase Manhattan Bank, em Curitiba, para onde fomos em 1953, antes que eu completasse um ano de idade, emprego arranjado pelo antigo empregador falido, que nunca lhe pagou os direitos trabalhistas. Como eu e ele tivemos pneumonia em Curitiba, o médico nos aconselhou a voltar para o Nordeste e ele foi transferido para uma agência do Banco no Recife, cidade onde moramos por 51 anos. Voltar para João Pessoa e para perto da família, foi um sonho que ele acalentou a vida toda, que nunca pensou em ver realizado e que conseguiu em 2007.


Com os colegas do Banco, no Recife

Foi demitido do Lar Brasileiro com quase 10 anos de trabalho e se tivesse procurado um advogado, certamente teria sido readmitido, pois já tinha estabilidade, mas ele sempre foi avesso a reclamar judicialmente o que lhe era devido, certamente por acomodação ou falta de orientação. Com o dinheiro da demissão comprou o ponto de uma cantina que funcionava no 6º andar do Edifício da Receita Federal, no Recife, onde ficou por 8 anos, até ser mandando embora pelo superintendente da época, sem direito a nada, já que o ponto pertencia à Receita. Trabalhávamos todos lá, inclusive eu e meu irmão, ainda crianças. Isso nos ensinou a ter responsabilidades logo cedo.

Quando foi praticamente expulso e ficou sem trabalho, um dos funcionários da Receita, arranjou um emprego para ele numa beneficiadora de mármore. Além do trabalho normal e para ganhar um dinheirinho a mais, trabalhava também como vigia aos sábados e domingos, o dia inteiro, e eu ia levar almoço para ele. Essa situação me doía bastante e como eu já era digitadora no Serpro, resolvi arranjar mais outro emprego e tirá-lo desse suplício de final de semana. Por conta disso, atrasei meu curso de jornalismo na Universidade Católica de Pernambuco e terminei trancando a matrícula em definitivo, atitude da qual nunca me arrependi. Onze anos depois é que voltei a estudar.


Com 3 das 7 irmãs

Ele não ficou muito tempo nesse emprego e a mesma pessoa que o arranjou, conseguiu outro no SESI, onde ele trabalhou por 18 anos no almoxarifado e se aposentou na compulsória, aos 70 anos. Nunca chegou atrasado ao trabalho, era durão e exigente com os fornecedores e só faltava por motivo de doença. Via os colegas reclamando de tudo, mas ele nunca reclamou de nada e sempre foi trabalhar satisfeito.

Foi um dono de casa de dar inveja. Ajudava minha mãe e a mim nas tarefas domésticas e nunca deixou que fôssemos à feira ou ao açougue. Uma vez cortou a mão e não pôde fazer a feira, mas nos acompanhou até lá para nos mostrar os feirantes dos quais era freguês e para que ninguém nos enganasse. E cozinha bem! Hoje não mais como antes porque a coluna não o deixa ficar em pé muito tempo, mas, às sextas-feiras, ainda faz o feijão que come durante toda a semana. E quando acorda sem muita dor na coluna, faz o café, como fazia antigamente, pois era o primeiro que acordava e saía para trabalhar, então já deixava tudo pronto para nós. Pense num dono de casa bom!

Ele e minha mãe brigavam, como a maioria dos casais, mas nunca por causa de mulher, de bebedeira ou porque ele deixou de cumprir suas obrigações de marido e pai. Ele sempre disse que namorou, bebeu, divertiu-se, enfim, fez tudo que tinha direito quando solteiro, mas depois de casado, só minha mãe e a família existiam para ele. Claro que ele continuou a gostar (ainda gosta e toma) de uma cachacinha antes do almoço, mas é só isso. Nada de farras nem mulheres. Jamais passamos por constrangimentos por um mau comportamento do meu pai.

Papai é uma pessoa bem-humorada, brincalhão, mas ninguém pise nos calos dele que explode feito bomba! É inteligente, mas só fez o curso primário. Lê jornal diariamente para se inteirar das notícias, pois como tem sérios problemas auditivos, não escuta bem a TV. Usa aparelhos nos dois ouvidos, mas não gosta. Coloca às 5 da tarde e tira quando vai dormir, por volta das 22 horas. Esse é um problema sério e que causa um pouco de estresse a nós dois, pois tenho que repetir as coisas 3, 4, 5 vezes, além de falar alto (minha voz é poderosa por natureza) para que ele escute. Como agora está com aparelhos novos, espero que se convença a usá-los o dia inteiro para que possa me escutar.

Com mamãe, meu irmão e minha sobrinha
É portador de dois tipos de câncer: um na próstata, há 13 anos, e outro na medula (mieloma múltiplo), que causa anemia e ataca os ossos, descoberto em 2009 e que não é metástase do outro. Faz quimioterapia para o mieloma, as taxas baixam, então precisa tomar sangue, coisa que ele detesta, e por aí vai. A coluna dele, que é um S de tão troncha, o aperreia muito também e há dias em que as dores são intensas. Também usa um marcapasso. Muitas vezes pergunta a Deus o que fez na vida para merecer tanto castigo no que se refere à saúde. Tadinho...

Mesmo com todos esses poréns, ele não desanima. Continua conversador (adora contar as coisas do passado dele e lembra de onde moravam as pessoas aqui no bairro de Jaguaribe, onde residimos atualmente), teimoso (quer fazer tudo o que não pode, inclusive trabalhos em casa) e não é exigente com nada. Não se importa de andar com roupa rasgada, sapato furado e não sai assim porque não deixo. Continua simples, sem vaidades e preocupado em ter a alimentação antes de tudo.


Nós, a caminho de Caruaru,
no Trem do Forró

Meu pai sempre foi um homem decente, sempre deu bons exemplos para os filhos e netos e eu tenho muito orgulho de ser sua filha. Faço o que posso para que seus dias sejam os mais amenos possíveis. Faço o que posso para que suas doenças não o impeçam de continuar alegre, brincalhão e conversador, como sempre foi. Devo isso a ele, por ter me criado dando bons exemplos e me ajudado a ser a pessoa que sou hoje.

Parabéns, querido e amado pai! Que Deus o abençoe e ilumine sempre!

E dedico-lhe esta bela poesia de Mario Quintana.

Fátima Vieira



AS MÃOS DO MEU PAI

Estas são as mãos do meu pai

Mário Quintana

As tuas mãos tem grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já cor de terra
— como são belas as tuas mãos —
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram
na nobre cólera dos justos...

Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,
essa beleza que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam
nos braços da tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas...

Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,
vieste alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?

Ah, Como os fizeste arder, fulgir,
com o milagre das tuas mãos.

E é, ainda, a vida
que transfigura das tuas mãos nodosas...
essa chama de vida — que transcende a própria vida...
e que os Anjos, um dia, chamarão de alma...


DIA MUNDIAL DO TEATRO



Vinte e sete de março é internacionalmente comemorado como o Dia Mundial do Teatro. Retrocedendo no tempo, anterior ao período cristão e que marca o nosso atual calendário, vamos encontrar a Grécia Antiga, palco florescente de todas as artes, em especial a arte cênica. Talvez por falta de um material mais consistente que remonte aos tempos de Téspis, encenador e dramaturgo que se ocupava de uma carroça para concretizar seus espetáculos em praças públicas, de uma cidade para outra, os grandes historiadores do teatro se concentram na tragédia grega como o ponto inicial dessa arte que até hoje sobrevive a todas as guerras e dificuldades.

Para alguns desses historiadores, a tragédia teria nascido de um culto, junto ao altar de algum deus, e que seria uma das maravilhas espirituais do mundo marcando a união de drama e povo, afirmando e fortalecendo a Grécia de então. Para eles, drama tem o significado de ação e, entre todas as ações dramáticas, a tragédia seria a jóia de maior preço. Dificilmente existirá um poeta, um filósofo, um estadista ou um sábio, que não se tenha detido alguma vez, demoradamente, com seu pensamento, analisando a essência da tragédia, porque com certeza sentiu na própria vida os perigos que enfrentou quando, ao se empenhar em grandes tarefas, cruzou com a incerteza, a contingência de uma idéia em que se empenhara.

Sentiram, que não chega aquilo que na terra nos é oferecido como compensação de aflições íntimas. Sentiram muito mais: a divindade que não responde ao suplicante, por que não se pode colocar em palavras aquilo que ela poderia nos responder, já que as palavras não passam de uma invenção humana, e nada mais são do que metáforas. A divindade nos deixa apenas pressentir que existe, quer seja através das palavras elevadas dos fundadores das várias religiões e dos profetas, da linguagem dos poetas e escultores, da música e seus compositores ou do sucesso de um feito concretizado com coragem e amplitude de responsabilidade, ou mesmo, de um fracasso resultante da extravagância e da irresponsabilidade humana.

Tudo isto alimentou a tragédia antiga, a cujo campo pertencem os conflitos entre a moral e a paixão, a lei e o direito natural, a medida e o orgulho, entre o conhecimento e um impulso inconsiderado que nos tenta levar às estrelas. Da hipertrofia do eu, que resultam as exigências que visam o mundo e raras vezes serão satisfeitas. E, de contrários duros e inexoráveis, nasce a tragédia, a flor escura e turva onde as gotas do orvalho são lágrimas de um deus compassivo.

Na decorrência desta criação artística do homem, seguiram-se as várias nuances da arte cênica, desenvolvidas através da comédia grega, do teatro greco-romano, dos mistérios medievais, o drama do renascimento e a comédia dell´arte, o drama pastoril e os dramas populares, o drama shakespeariano, o mimo, a ópera barroca, o teatro popular do barroco, a dramaturgia francesa de Racine, Corneille, Moliére, o drama alemão do iluminismo, a dramaturgia revolucionária do romantismo e do realismo, a dramaturgia burguesa, o drama social, o expressionismo e tantas outras vertentes desta arte que retrata o cotidiano das nações e da raça humana.

Pelo tanto de história, e pelo valor que representa na formação e educação cultural da sociedade, brindemos neste 27 de março a mais um Dia Internacional do Teatro, aproveitando para orar aos nossos governantes no sentido de que, dediquem parte do seu tempo a promover a produção cultural deste país. Como dizia Garcia Lorca, "um povo que não ajuda ou não fomenta seu teatro, se não está morto, está moribundo."

Carlos Pinto
Jornalista
Presidente do Instituto Cultural de Artes Cênicas do Estado de São Paulo e Secretário de Cultura de Santos.

sábado, 26 de março de 2011

PORQUE HOJE É SÁBADO...



CHICO BUARQUE FOI PRESO EM PARIS

Mário Prata

Dia 19 de junho, aniversário do Chico. Não o desta semana, mas o de 1998. Paris, Copa do Mundo, Chico fazendo 54 anos. Neste dia, pela tarde, jogariam Nigéria e não sei quem. Fiquei de ir assistir com ele no seu apartamento em Marais. Torcíamos fervorosamente pelo time africano.

Cheguei na hora combinada, vinho nacional debaixo do braço, animado. Toco o interfone. Nada. Espero uns dez minutos, ele poderia estar tomando banho, porque ia jogar futebol antes. Nada. Chegando a hora do jogo. Vou para a rue St. Paul. Tinha um bom boteco lá. Assisto todo o primeiro tempo. Volto para o apê dele. Toco, ele atende, a porta abre, eu subo.

- Fui preso!!!

Nem disse oi. Fui preso!!! Mesmo irritado, dava umas risadas. Preso, cara! Suado, ainda de calção e camiseta do Brasil.

- Preso?

- Eu e o Vinícius! Presos!

Vinícius era um músico que tinha ido jogador futebol com ele. Deu carona pru Chico num carro alugado.

- Dá para explicar?

- Ia chegar na hora, desculpa. O Vinícius me deixou ali na avenida. Quando eu abri a porta do carro pra sair, vinham duas bichinhas holandesas de moto e entraram na porta. Caíram, saiu sangue. Se tem sangue, tem polícia e ambulância. Aqui é assim. A gente tinha que esperar.

- Mas machucou muito?

- Porra nenhuma, um cortezinho de nada no joelho. (mostrou o tamanho do corte abrindo dois dedos) Dois pontinhos. Mas a bichinha ficava gemendo no chão. Eu com medo de passar algum jornalista brasileiro por ali.

- Somos uns 700!

- Pois é. Foi juntando gente e o cara lá no chão. Aí chega a viatura. Pede documentos pra mim e pru Vinícius. A  gente não tinha. Eu tava assim, ó, desse jeito. Vou levar documento pra jogar futebol em Paris? Aí começou a complicar. O guarda já telefonou pra outro. Chegou o outro – enquanto a ambulância pegava os holandeses e...

- Como é que você sabe que eram holandeses.

- Tavam de laranja. Aí resolveram nos levar para a delegacia para fazer o B.O. Tentei argumentar com o cara, disse que era famoso no Brasil, que tava cheio de jornalista brasileiro na cidade, que ia ser um escândalo, aquele lero todo. Mas tinha que fazer o boletim de ocorrência. Tinha sangue, eles insistiam muito nisso.

- Sangrava muito (ele fez o gesto com os dedos e o corte estava ficando cada vez maior)?

- Uma bobagem. Aí o segundo guarda consentiu em fazer o B.O. dentro da viatura. Entramos lá dentro eu e o Vinícius no banco de trás e os dois no banco da frente.

- Nome, nacionalidade e profissão. Eu: Francisco, tal, brasileiro, músico. O Vinícius: Vinícius, tal, brasileiro, músico. O cara: data de nascimento. Eu: 19 de junho de 1944 (que é hoje, né?).

- Você ainda não deu espaço para o abraço.

- Deixa eu acabar. Quando eu falei 19 de junho de 44, o Vinícius começou a me olhar meio de lado. Quando perguntaram o nascimento dele, ele: 19 de junho de 1944. Você acredita, acredita? Nascemos no mesmo dia, mês e ano e é hoje. Aí os guardas começaram a achar que a gente tava gozando com a cara deles. Principalmente porque nós dois começamos a nos abraçar, falando em português, nos cumprimentando, né?, e os caras ficando irritados. Meu, eu não acredito. Quando a gente percebeu, a viatura já estava andando. Aí eu vi que eles viraram ali naquela esquina, aquela ali, e eu disse que morava aqui e podia pegar os documentos. O cara subiu aqui comigo e dizia: se você não nasceu hoje a Copa do Mundo acabou para você. Acredita, cara? Só não fui algemado. Vai ligando a televisão aí que eu vou tomar uma ducha rápido.

Ele foi subindo a escada.

- Chico, parabéns!

- Por que?

- Nada... A Nigéria tá perdendo.

- Que merda, cara!

19/06/2004

sexta-feira, 25 de março de 2011

MARIA DO CAPITÃO



MARIA DO CAPITÃO
*
Salve Maria Bonita
Maria do capitão.
Mulher forte destemida
Que viveu sua paixão
Nos braços d’um cangaceiro
Que não tinha paradeiro
Mas roubou seu coração
*
Salve Maria Bonita
Que pegou sua estrada
Seguindo seu coração
Apenas ele e mais nada.
Os passos de Virgulino
Era mesmo seu destino
Estava determinada.
*
Salve Maria Bonita
E salve sua decisão.
Preferiu correr perigo
Preferiu viver paixão
Fugiu da vida pacata
Por não querer ser ingrata
E magoar seu coração.
*
Salve Maria Bonita
Maria do lampião
Companheira tão fiel
Do famoso Capitão.
Ao lado de seu amante
Levando vida errante
Fez história no sertão.
*
Salve Maria bonita
Que na história ficou.
Dou vivas ao centenário
Da mulher que se rebelou
Para viver sua opção
Sem ligar para o padrão
Que a sociedade ditou.
*
Texto de: Dalinha Catunda
Foto: Retirada da Internet

quinta-feira, 24 de março de 2011

ADVOGADA FALA SOBRE OS DIREITOS DE UM PACIENTE COM CÂNCER



Minha amiga Antonieta Barbosa falou no Jornal Hoje desta data, sobre os direitos dos pacientes portadores de câncer.

Veja neste link: http://migre.me/46RbZ 


24/03 - DIA MUNDIAL DA TUBERCULOSE


Atraso no diagnóstico e a interrupção
do tratamento são sérios agravantes
para a doença

São Paulo, 21 de março de 2011.

A data (24 de março) escolhida para o dia mundial tuberculose foi uma homenagem aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da tuberculose, ocorrida em 24 de março de 1882, por dr. Robert Koch.

Este foi um grande passo na luta pelo controle e eliminação da doença que, na época, vitimou grande parcela da população mundial e hoje persiste com 1/3 da população mundial infectada: 8 milhões de doentes e 3 milhões de mortes anuais.

O atraso no diagnóstico é um sério agravante da doença, já que o seu retardo facilita a disseminação da tuberculose, transmitida pela tosse de pessoas doentes.

Outro fator prejudicial é a interrupção do tratamento, já que por ser longo, por volta de seis meses de duração, muitos pacientes deixam de tomar os medicamentos ao perceber a melhoria dos sintomas, o que está diretamente ligado à resistência bacteriana. Para amenizar o problema e orientar a população, o CRF-SP está engajado em uma grande campanha pelo uso racional de antibióticos e combate à resistência bacteriana que já proporcionou ações como distribuição de folderes em pedágios, orientação em um parque da capital e muitas outras.

Por se tratar de uma doença endêmica no Brasil, especialistas recomendam que pessoas que procuram atendimento médico com quadro de tosse há mais de duas semanas, mesmo não apresentando um quadro clássico de tuberculose, devem ser investigadas, uma vez que a patologia pode se apresentar de diversas formas.

Tuberculose no Brasil

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que o Brasil é um dos 22 países recordistas nos índices de incidência da tuberculose. Há uma estimativa de 80 mil a 90 mil novos casos ao ano e 5 mil óbitos.

Tuberculose no mundo

No mundo, mais pessoas morrem de tuberculose do que de qualquer outra infecção curável. Como fatores complicantes existem a co-infecção com o vírus do HIV e o problema da resistência medicamentosa que vem crescendo em diversos países.

Thais Noronha
Assessoria de Comunicação CRF-SP (com informações Ministério da Saúde)

Fonte: http://migre.me/46QZc

quarta-feira, 23 de março de 2011

QUE PENA, ELIZABETH TAYLOR...


Belíssima, olhos maravilhosos, talentosa, oito casamentos, sete maridos (casou duas vezes com o amor da sua vida, Richard Burton), mãe, avó, bisavó e grande ativista em prol da luta contra a AIDS.


Liz Taylor e Richard Burton

Que pena, grande Liz Taylor, por ter chegado a sua hora...
Você vai fazer falta ao mundo...


terça-feira, 22 de março de 2011

CENTRO CULTURAL PIOLLIN



O Centro Cultural Piollin festeja o Dia Internacional do Circo e do Teatro com uma semana de muito espetáculo de circo e de teatro.

A programação começa no dia 22 de março e encerra no dia 27 com apresentações nos espaços do Piollin – Teatro e área aberta -, mas também nas ruas de comunidades vizinhas do Bairro Roger no Parque Arruda Câmara - a BICA.

Tanto o nome da organização Piollin como as atividades que marcam a sua vida - antigamente Escola, hoje Centro Cultura – guarda profunda identidade com o circo e com o teatro, que motivaram a fundação da antiga Escola Piollin há exatos 34 anos.

A Mostra reúne apresentações dos alunos do Centro Cultural Piollin, resultado de oficinas realizadas nos últimos quatro anos, mas também de grupos que estarão visitando a cidade(e o Piollin) nesse período e, concluindo, os  últimas dias do Retábulo,  novo espetáculo do Piollin Grupo de Teatro, que ficou em cartaz nesses três primeiros meses do ano, no Teatro Piollin.

Durante as apresentações, no turno da tarde, o Piollin receberá a visita da Escola Decisão(Bairro do Cristo), Escola São Francisco(Município do Conde) e o do Colégio Milênio(centro de João Pessoa) que estarão participando com os seus alunos, da Semana do Circo e do Teatro, promovido pelo Centro Cultural Piollin.

SEGUE A PROGRAMAÇÃO :

DIA 22/03-TERÇA - FEIRA (horário: 14:00 às 17:00 hs)

*EXPOSIÇÃO CIRCENSE
*APRESENTAÇÃO “INTERVALOS POÉTICOS” (EDUCANDOS PIOLLIN);

DIA 23/03- QUARTA-FEIRA (horário: 14:00 às 17:00 hs) 

*APRESENTAÇÃO DA PEÇA HISTERIA (Grupo XIX de Teatro- ÀS 16hs NO TEATRO PIOLLIN

DIA 24/03- QUINTA-FEIRA (horário: 14:00 às 17:00 hs)

*APRESENTAÇÃO DA PEÇA HISTERIA (Grupo XIX de Teatro- ÀS 16hs NO TEATRO PIOLLIN
*APRESENTAÇÃO DA PEÇA RETÁBULO (PIOLLIN GRUPO DE TEATRO – ÀS 20H NO TEATRO PIOLLIN)

DIA 25/03-  SEXTA-FEIRA(horário: 14:00 às 17:00 hs)

*APRESENTAÇÃO DO ESPETÁCULO “1, 2, 3 CONTE OUTRA VEZ”;
*APRESENTAÇÃO “O MENINO CATADOR DE HISTÓRIAS”;
*APRESENTAÇÃO DA PEÇA RETÁBULO (PIOLLIN GRUPO DE TEATRO – ÀS 20H NO TEATRO PIOLLIN)

DIA 26/03-SÁBADO(horário: 16:00 hs)

“CIRCO DO AMANHÔNA COMUNIDADE DO ROGER
*APRESENTAÇÃO DA PEÇA RETÁBULO (PIOLLIN GRUPO DE TEATRO – ÀS 20H NO TEATRO PIOLLIN)

DIA 27/03-DOMINGO 

* “INTERVALOS POÉTICOS” NA BICA – apresentação de   exercício circense dos alunos do Centro cultural Piollin.
*Realização de oficinas circense na Bica.
*APRESENTAÇÃO DA PEÇA RETÁBULO (PIOLLIN GRUPO DE TEATRO – ÀS 20H NO TEATRO PIOLLIN)