Quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo
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MÃOS AO ALTO!
Joca Terron
Era dia sete de setembro e levei minha filha para
ver um quadro de Pedro Américo no Museu Paulista.
“Você conhece Pedro Américo, filha?”, eu perguntei a ela.
“Não conheço não, pai. Ele estuda na minha escola?”, ela respondeu, curiosa.
Então expliquei que Pedro Américo tinha sido um grande pintor.
“Foi ele quem pintou o mais famoso quadro sobre a Independência do Brasil, chamado ‘O grito do Ipiranga’, eu disse.
Era essa pintura que nós tínhamos ido ver. Eu estava meio esquisito, pois havia quebrado o braço de tal jeito que os médicos tiveram de engessá-lo assim, reto, apontando para cima.
“Pai, você tá muito engraçado com esse braço apontando para o céu”, disse minha filha.
“Eu sei, filha. Parece que tô tentando pegar ônibus o tempo todo, né?”. Ela deu muita risada quando eu disse isto.
Quando nós chegamos no museu e paramos na frente do quadro, percebi como eu estava parecido com Dom Pedro I.
“Sabe, só agora estou percebendo como o dia sete de setembro de 1822 deve ter sido chato para Dom Pedro I”, eu falei.
Ela olhou para mim com aquela cara de criança querendo saber mais. Continuei:
“Ah, ele deve ter acordado e pensado ‘É hoje que vou ter de gritar INDEPENDÊNCIA OU MORTE! e ficar para sempre com o braço levantado para cima em algum quadro que alguém ainda vai pintar. Que coisa mais chata!”
“E tava certo, né, pai? Olha só o quadro, ele tá igualzinho a você!”, minha filha falou, dando risada.
E quando percebi toda a criançada estava pulando à minha volta, gritando “Independência ou Morte! Independência ou Morte!”. Foi muito engraçado.
A única coisa que não foi engraçada foi quando saímos do museu e vimos a rua cheia de camelôs trabalhando em pleno feriado para sobreviver.
E foi assim, depois das risadas, que eu expliquei para minha filha tim-tim por tim-tim por que a independência do Brasil tinha sido feita pelos ricos apenas para os ricos.
Mas esta é outra história, menos divertida, e fica para outra vez.
“Você conhece Pedro Américo, filha?”, eu perguntei a ela.
“Não conheço não, pai. Ele estuda na minha escola?”, ela respondeu, curiosa.
Então expliquei que Pedro Américo tinha sido um grande pintor.
“Foi ele quem pintou o mais famoso quadro sobre a Independência do Brasil, chamado ‘O grito do Ipiranga’, eu disse.
Era essa pintura que nós tínhamos ido ver. Eu estava meio esquisito, pois havia quebrado o braço de tal jeito que os médicos tiveram de engessá-lo assim, reto, apontando para cima.
“Pai, você tá muito engraçado com esse braço apontando para o céu”, disse minha filha.
“Eu sei, filha. Parece que tô tentando pegar ônibus o tempo todo, né?”. Ela deu muita risada quando eu disse isto.
Quando nós chegamos no museu e paramos na frente do quadro, percebi como eu estava parecido com Dom Pedro I.
“Sabe, só agora estou percebendo como o dia sete de setembro de 1822 deve ter sido chato para Dom Pedro I”, eu falei.
Ela olhou para mim com aquela cara de criança querendo saber mais. Continuei:
“Ah, ele deve ter acordado e pensado ‘É hoje que vou ter de gritar INDEPENDÊNCIA OU MORTE! e ficar para sempre com o braço levantado para cima em algum quadro que alguém ainda vai pintar. Que coisa mais chata!”
“E tava certo, né, pai? Olha só o quadro, ele tá igualzinho a você!”, minha filha falou, dando risada.
E quando percebi toda a criançada estava pulando à minha volta, gritando “Independência ou Morte! Independência ou Morte!”. Foi muito engraçado.
A única coisa que não foi engraçada foi quando saímos do museu e vimos a rua cheia de camelôs trabalhando em pleno feriado para sobreviver.
E foi assim, depois das risadas, que eu expliquei para minha filha tim-tim por tim-tim por que a independência do Brasil tinha sido feita pelos ricos apenas para os ricos.
Mas esta é outra história, menos divertida, e fica para outra vez.
Publicado na Folhinha, suplemento infantil da
Folha de S.Paulo, em 2 de setembro de 2006.
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