PÁSCOA DE CRISTAL!
Antonio Jorge Rettenmaier
O Domingo de Páscoa sempre nos remete a lembrança de alguém, ou mesmo do passado.
Relembro os meus do tempo de menino, quando os ovos de chocolate, tinham só três tamanhos. Pequenos, médios e grandes.
Depois para enrolar o consumidor arrumaram a história de números, 10, 12, 14, e assim por diante.
Mas vamos lembrar-nos da Páscoa de Cristal. Não sei quantos que agora nos leem, chegaram a tê-la.
Eram ovos feitos de açúcar, pequenos, médios ou grandes. A casca deveria ter cinco milímetros de espessura.
Por serem de açúcar, eram transparentes. E por serem transparentes, se podia ver o interior.
Através da parte mais fina do ovo, onde havia uma pequena janela com uma lente de aumento. Na parte mais larga, por dentro, colada sempre uma bela paisagem. E a paisagem lá dentro fazia viajar, até que fosse degustado pelo presenteado.
A luminosidade que atravessava a casca feita de açúcar o transformava em Páscoa de Cristal!
Ganhei só um em toda minha vida, viajei por três anos na sua paisagem.
Até que um dia o deixei cair, e distribuí seus pedaços entre a gurizada da vizinhança. Todos disseram que era gostoso.
Eu não sei. Não provei.
Mas a paisagem eu guardei. Está comigo até hoje.
E domingo vou viajar de novo.
Aliás, com licença, mas vou começar a viagem agora.
Quem sabe até não encontre algum de vocês na beira do caminho. Mas não vou convidar. Esta é uma viagem que quero fazer, sozinho.
Sentir quem sabe aquele sabor que não provei.
Desculpem, mas é a minha viagem na Páscoa de Cristal.
Imagem Google
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