NOTURNO DA PARADA AMORIM
Manuel Bandeira
O violoncelista está a meio do Concerto de Schumann
Subitamente o coronel ficou transportado e começou
a gritar - " Je vois de anges! Je vois des anges!"
Subitamente o coronel ficou transportado e começou
a gritar - " Je vois de anges! Je vois des anges!"
- E deixou-se
escorregar sentado pela escada
abaixo.
escorregar sentado pela escada
abaixo.
O telefone tilintou.
Alguém chamava? ... Alguém pedia socorro?...
Mas do outro lado não vinha senão o rumor de um
pranto desesperado!...
Alguém chamava? ... Alguém pedia socorro?...
Mas do outro lado não vinha senão o rumor de um
pranto desesperado!...
(Eram três horas.
Todas as agências postais estavam fechadas.
Dentro da noite a voz do coronel continuava a gritar:
- "Je vois des anges! Je vois de anges!")
Todas as agências postais estavam fechadas.
Dentro da noite a voz do coronel continuava a gritar:
- "Je vois des anges! Je vois de anges!")
Manuel Bandeira, Antologia Poética, Livraria José Olympio Editora
S.A, Rio de Janeiro, 1980
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