VOLTANDO AO TRABALHO VOLUNTÁRIO
Após três anos de afastamento do trabalho voluntário na Rede Feminina de Combate ao Câncer na Paraíba, voltei hoje, 20/08/2012, a exercer minhas funções.
A Instituição tem uma regra que, se um voluntário vier a ter um parente em primeiro grau, fazendo tratamento constante no Hospital Napoleão Laureano, referência no tratamento de câncer no Estado da Paraíba e onde presto os meus serviços, terá que se afastar até essa pessoa terminar o tratamento ou falecer, como foi o caso do meu pai. Essa regra é para evitar que alguém possa usar a prerrogativa de ser voluntário para usufruir de privilégios para seu parente dentro do Laureano. Particularmente, aprovo por inteiro essa regra.
Durante o tempo de afastamento dos trabalhos presenciais no Hospital Laureano, fiquei colaborando nos bastidores, enviando comunicações aos colegas voluntários, por um email criado especialmente para isso, e na parte burocrática, na elaboração de ofícios e outras correspondências.
Meu trabalho é nas duas salas de quimioterapia e consiste em conversar com os pacientes enquanto eles estão tomando as medicações de combate ao câncer, por via intravenosa. Muitos passam 6/8 horas nessa atividade e uma palavra amiga, uma troca de experiência, uma brincadeira, ajuda a passar o tempo e até a esquecer um pouco porque estão ali.
Como o Hospital atende à Paraíba, vem gente de todos os municípios do Estado. Muitos viajam a noite inteira (10/12 horas) para fazer o tratamento. São adultos de todas as idades (as crianças são tratadas na ala pediátrica) que se deslocam em busca da melhora na sua saúde e da cura definitiva para esse mal cruel que é o câncer.
Conversar com essas pessoas, ouvir suas histórias de vida, a história da sua doença, as dificuldades pelas quais passaram até chegarem onde estão, não tem preço para mim. É um aprendizado que se renova a cada dia que vou lá. E tenho a mais absoluta certeza que eu ganho muito mais que eles com essa troca de informações e de experiências de vida.
A Rede Feminina da Paraíba, que faz 50 anos de fundação neste ano, é uma instituição criada por esposas de médicos que trabalhavam no Hospital Napoleão Laureano, para dar assistência aos portadores de câncer que ali procuravam tratamento.
Em 1996 foi criada a Casa de Apoio Dr. Luiz Wylmar Rodrigues, para ampliar a assistência aos portadores de câncer carentes. A Casa de Apoio, que conta com quarenta leitos, serve de abrigo e fornece alimentação a pacientes de ambos os sexos, maiores de 18 anos, que não residem em João Pessoa e não dispõem de recursos para arcar com despesas de alojamento, alimentação e remédios.
Na Casa também são desenvolvidas, com os pacientes, atividades de trabalhos manuais, terapia ocupacional, recreação, atendimento psicológico, biodança, que favorecem a auto-estima e os ajuda a passar o tempo longe das suas casas.
A Casa de Apoio conta com funcionários que fazem com que a sua engrenagem funcione sempre bem, nos seus mais diversos aspectos: secretaria, limpeza, jardinagem, cozinha, enfermagem, motorista, todos pagos com dinheiro de doações.
Além de tudo isso, a Rede Feminina também serve, diariamente, cerca de 450 lanches aos pacientes da quimioterapia, ambulatório, braquiterapia e seus acompanhantes, dentro do Hospital. Faz visitas domiciliares a pacientes terminais. Conta com um brechó onde vende roupas, sapatos e outros artigos, todos em perfeito estado de conservação, cuja arrecadação é toda destinada à compra de medicamentos e produtos de higiene pessoal para os pacientes.
As datas comemorativas são todas festejadas, com os pacientes e seus acompanhantes. Nessas ocasiões são distribuídas cestas básicas, kits de higiene pessoal, flores, chocolates, bolos, refrigerantes, tudo fruto de doações.
E todo esse trabalho é feito pelos voluntários, homens e mulheres de boa vontade, que doam parte do seu tempo para minimizar o sofrimento do próximo, grupo do qual eu tenho a grande honra de fazer parte.
Quem quiser e puder colaborar com o maravilhoso trabalho da Rede Feminina de Combate ao Câncer da Paraíba, pode acessar nosso site http://www.rfcc-pb.com.br/ e ver as duas formas de colaboração, em dinheiro ou como voluntário. Podem também ver um pouco mais do nosso trabalho.
“O Câncer não é contagioso, mas a solidariedade pode ser.”
Fátima Vieira
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