DIABA
Rabo pontudo,
Chifre carnudo,
Sou toda inferno!
Que venham os céus,
Que torre a terra!
Cravam-me os desejos
Na carne sem pejo,
Na boca,
No beijo.
Sou toda perdição:
O mal, a absolvição,
Pecado e redenção,
Hóstia maldita,
O vinho contaminado,
Paixão.
Teia feliz
sou aranha,
serpente,
escorpião,
rabisco teu corpo
com a mesma devassidão.
Quero mais,
Bem mais,
Quero tudo.
Tomo as rédeas da tua vontade,
Sou má,
Sou cruel,
Sou nociva,
Mas sou indispensável
Na tua cama
e na tua pele em chamas.
Lílian Maial
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