OUTRAS TROVAS
Você diz que
sabe muito,
há outros que sabem mais;
há outros que tiram pomba
do laço que você faz.
há outros que sabem mais;
há outros que tiram pomba
do laço que você faz.
Quem é pobre,
sempre é pobre,
quem é pobre, nada tem;
quem é rico sempre é nobre
e às vezes não é ninguém...
quem é pobre, nada tem;
quem é rico sempre é nobre
e às vezes não é ninguém...
Tenho tosse no
cabelo,
dor de dentes no cachaço,
sinto canseira nas unhas,
não vejo nada de um braço.
dor de dentes no cachaço,
sinto canseira nas unhas,
não vejo nada de um braço.
Encontrei o dá e
toma
na rua do toma lá;
inda não vi dá sem toma,
nem toma sem deita cá.
na rua do toma lá;
inda não vi dá sem toma,
nem toma sem deita cá.
Se onde se mata
um homem
pôr uma cruz é preceito
tu deves trazer, Maria,
um cemitério no peito.
pôr uma cruz é preceito
tu deves trazer, Maria,
um cemitério no peito.
Os rapazes de
hoje em dia
são falsos como melão:
tem de se partir um cento
para se encontrar um são.
são falsos como melão:
tem de se partir um cento
para se encontrar um são.
O amor dum
estudante
não dura mais que uma hora:
toca o sino, vai pra aula,
vêm as férias, vai-se embora.
não dura mais que uma hora:
toca o sino, vai pra aula,
vêm as férias, vai-se embora.
Eu não quero,
nem brincando,
dizer adeus a ninguém:
quem parte, leva saudades,
quem fica, saudades tem.
dizer adeus a ninguém:
quem parte, leva saudades,
quem fica, saudades tem.
Vou deitar a
despedida,
por hoje não canto mais;
já me dói o céu da boca
e o coração inda mais.
por hoje não canto mais;
já me dói o céu da boca
e o coração inda mais.
Mais um pouco da pureza das Trovas de autores desconhecidos, umas com sabor de poesia popular e
tradicional, tocadas às vezes de leve ironia, extraídas do livro "Humor e
Humorismo", de Idel Becker, Editora Brasiliense - São Paulo, 1961, pág.
24.
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