sexta-feira, 30 de agosto de 2013
terça-feira, 27 de agosto de 2013
domingo, 25 de agosto de 2013
PRESENTE DE DOMINGO...
TENHO MEDO
Angélica Teresa Almstadter
Tenho medo de não ter medo,
E avançar o mundo das misérias,
Me perder na fila da fome,
E sem medo de desvendar segredos;
Ser condenada ao degredo,
Exilada na palavra,
Caminhar sobre brasas acesas,
Ser depósito de esperanças cegas;
A nadar de peito aberto, sem nunca espraiar
E avançar o mundo das misérias,
Me perder na fila da fome,
E sem medo de desvendar segredos;
Ser condenada ao degredo,
Exilada na palavra,
Caminhar sobre brasas acesas,
Ser depósito de esperanças cegas;
A nadar de peito aberto, sem nunca espraiar
Tenho medo de ter medo,
E não denunciar a violência que campeia,
Pactuar com a demência que me rodeia,
Ser um verbo mudo;
Um folhetim barato, anônimo,
Sem nome e sem pseudônimo;
Me ver confundida na multidão calada;
Ginuflexa e mãos atadas
Olhando para o nada.
E não denunciar a violência que campeia,
Pactuar com a demência que me rodeia,
Ser um verbo mudo;
Um folhetim barato, anônimo,
Sem nome e sem pseudônimo;
Me ver confundida na multidão calada;
Ginuflexa e mãos atadas
Olhando para o nada.
Tenho medo da omissão,
De não ser ponto de referência,
De perder a paciência,
De me ausentar da obrigação;
Fazer pouco caso da minha razão
Me alienar da verdade,
E prostrada na ansiedade
Perder minha identidade.
De não ser ponto de referência,
De perder a paciência,
De me ausentar da obrigação;
Fazer pouco caso da minha razão
Me alienar da verdade,
E prostrada na ansiedade
Perder minha identidade.
sábado, 24 de agosto de 2013
PORQUE HOJE É SÁBADO...
O Hospital Napoleão Laureano tem 90%
do seu atendimento voltado para pacientes
do SUS.
Em 2012. 400 mil procedimento de alta e média complexidade fizeram parte da sua tabela de exercício anual.
Doe e ajude-nos a manter essa meta.
Telefone: 83-3015-6200
Veja abaixo como doar.
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
domingo, 18 de agosto de 2013
PRESENTE DE DOMINGO...
OUTRAS TROVAS
Você diz que
sabe muito,
há outros que sabem mais;
há outros que tiram pomba
do laço que você faz.
há outros que sabem mais;
há outros que tiram pomba
do laço que você faz.
Quem é pobre,
sempre é pobre,
quem é pobre, nada tem;
quem é rico sempre é nobre
e às vezes não é ninguém...
quem é pobre, nada tem;
quem é rico sempre é nobre
e às vezes não é ninguém...
Tenho tosse no
cabelo,
dor de dentes no cachaço,
sinto canseira nas unhas,
não vejo nada de um braço.
dor de dentes no cachaço,
sinto canseira nas unhas,
não vejo nada de um braço.
Encontrei o dá e
toma
na rua do toma lá;
inda não vi dá sem toma,
nem toma sem deita cá.
na rua do toma lá;
inda não vi dá sem toma,
nem toma sem deita cá.
Se onde se mata
um homem
pôr uma cruz é preceito
tu deves trazer, Maria,
um cemitério no peito.
pôr uma cruz é preceito
tu deves trazer, Maria,
um cemitério no peito.
Os rapazes de
hoje em dia
são falsos como melão:
tem de se partir um cento
para se encontrar um são.
são falsos como melão:
tem de se partir um cento
para se encontrar um são.
O amor dum
estudante
não dura mais que uma hora:
toca o sino, vai pra aula,
vêm as férias, vai-se embora.
não dura mais que uma hora:
toca o sino, vai pra aula,
vêm as férias, vai-se embora.
Eu não quero,
nem brincando,
dizer adeus a ninguém:
quem parte, leva saudades,
quem fica, saudades tem.
dizer adeus a ninguém:
quem parte, leva saudades,
quem fica, saudades tem.
Vou deitar a
despedida,
por hoje não canto mais;
já me dói o céu da boca
e o coração inda mais.
por hoje não canto mais;
já me dói o céu da boca
e o coração inda mais.
Mais um pouco da pureza das Trovas de autores desconhecidos, umas com sabor de poesia popular e
tradicional, tocadas às vezes de leve ironia, extraídas do livro "Humor e
Humorismo", de Idel Becker, Editora Brasiliense - São Paulo, 1961, pág.
24.
sábado, 17 de agosto de 2013
PORQUE HOJE É SÁBADO...
CRÔNICA DO DIA: SOLTEIROS NA PISTA
Jace
Theodoro fala da vida dos que não arrumaram a alma gêmea
JACE
THEODORO (JACETHEODORO@UOL.COM.BR)
Eles
estão ganhando as tábuas do IBGE com a mesma força que Moisés empunhou a tábua
dos 10 Mandamentos. Eles, os que ainda não encontraram a tampa da vasilha de
Tupperware perdida no armário, não chuparam a metade da laranja porque detestam
sabores cítricos e para quem a cara-metade sempre precisará de uns reparos à
Pitanguy. Eles, esses insatisfeitos. Senhoras e senhores, casados e amancebados
do Brasil, eu vos apresento os solteiros.
O último
Censo revelou que o número de solteiros está na casinha dos 90 milhões, sabe
você o que é isso, nobre leitor? Pois uma amiga (Soltinha para os íntimos),
solteira desde as caravelas, nega-se a dizer o estado civil ao recenseador.
“Casada”, responde com firmeza de quem já fez bodas de diamante, na eterna
negação de entrar para a estatística das encalhadas. Se no questionário
houvesse a opção pegadora, Soltinha não hesitaria. Solteirona, jamais.
Agora que
sabemos que os solteiros no Brasil caíram para 89. 999.999, graças à mentirinha
da amiga, vamos a essa turma. Há os que são convictos e não querem amarrar seu
burro em nenhuma sombra. Há os que esperam encontrar a alma gêmea, talhada à
perfeição, mas não foram avisados que, em terra de sapo, o príncipe foi pro
brejo faz tempo.
Solteiros
aparentam uma felicidade, diferente daquela da Clarice, nada clandestina. Não
ter de avisar a ninguém que você vai à padaria é o céu, pensava com fervor,
quando não tinha a quem prestar contas. Era de uma liberdade infinita o simples
fato de comprar a bisnaga e o leite sem narrar meu percurso no post it da
geladeira.
O fato é
que não pertenço mais aos números dos quais Soltinha não quer fazer parte nem
que lhe falte o pãozinho de Santo Antônio. Muitos são como ela, cheios de amor
pra dar. Se for de papel passado num cartório ou no altar com aliança, buquê e
bolo de cinco andares, adeus, vida marvada e solitária. Depois desse rito de
passagem, nem no alto verão o cobertor de orelha será dispensado.
Há os
que, por outro lado, são atacados pelo bruxismo noturno ao ouvir a palavra casamento.
Festas sem hora pra voltar, fins de semana com roteiro traçado ao sabor dos
ventos, lavar a louça na hora que der na veneta são seus esportes prediletos.
No máximo, um cachorro pra tomar conta. Isto, se o auau encarar suas cuecas e
calcinhas jogadas no chão do banheiro. As minhas têm horror desse pesadelo,
pedem clemência.
Com o
jeito-single-de-ser na moda, os imperadores do marketing entraram em
ação. No meu tempo de solitário preferencial, não tive a sorte de ser
contemplado com os mimos atuais das embalagens de uma porção. Comprar comida,
sempre no modelo plus size, era prejuízo à vista. A lasanha murchava no
terceiro dia, a dúzia de ovos durava 40 dias na geladeira com pintos pedindo
pra sair da casca e o queijo branco entrava na estatística de pardos e pretos.
Hoje, a
vida de solteiro é um Paraíso na terra ou um inferninho hipster, a depender da
tribo da solteirice. Há sites facilitando encontros pra quem quiser tirar o pé
do lodo ou desencalhar, pra ser mais claro. Solteiros do Forró, Cristãos
Solteiros e Encalhadas em Desespero são algumas das opções que o leitor pode
conhecer com dois cliques no mouse e muita coragem pra encarar um bailão
risca-faca.
Mesmo com
a tábua do IBGE dando ganho de causa a essa turma, eu sou mais pela prática dos
enforcados na talba de tiro ao álvaro do Adoniran. Casar pode acabar num samba
dos bons, mas quem prefere o tal forró bate-coxa aí de cima é só fazer promessa
pra Santo Antônio, codinome Google.
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
domingo, 11 de agosto de 2013
PRESENTE DE DOMINGO...
EXÉQUIAS SATÍRICAS DE UM ATEU
Herculano Alencar
Cético: foi um ateu de nascimento!
Nunca orou pra Deus, o criador;
nunca falou em nome do Senhor
e nunca obedeceu um mandamento.
Quando morreu, no seu falecimento,
a morte, essa ilustre convidada,
desfilou com ele na calçada,
vestindo seu mais novo lançamento.
E riram-se dos padres, dos rabinos...
e da eclesial hierarquia.
Entretiveram-se na zombaria
como se ambos fossem dois meninos.
E quando, finalmente, inda sorrindo,
negou-se acreditar que faleceu,
ouviu, a muito custo, a voz de Deus
dando-lhe as boas graças do divino.
Ao encontrar no céu outros ateus,
fundou o ateísmo celestino.
Herculano Alencar
Cético: foi um ateu de nascimento!
Nunca orou pra Deus, o criador;
nunca falou em nome do Senhor
e nunca obedeceu um mandamento.
Quando morreu, no seu falecimento,
a morte, essa ilustre convidada,
desfilou com ele na calçada,
vestindo seu mais novo lançamento.
E riram-se dos padres, dos rabinos...
e da eclesial hierarquia.
Entretiveram-se na zombaria
como se ambos fossem dois meninos.
E quando, finalmente, inda sorrindo,
negou-se acreditar que faleceu,
ouviu, a muito custo, a voz de Deus
dando-lhe as boas graças do divino.
Ao encontrar no céu outros ateus,
fundou o ateísmo celestino.
Imagem Google
sábado, 10 de agosto de 2013
PORQUE HOJE É SÁBADO...
FECHA
A BOCA, FÁTIMA!
Orlando
Silveira
Dona Fátima é senhora da mais alta qualidade: mãe prestimosa, esposa
dedicada, não reclama nunca da dupla jornada de trabalho. Além disso, é
quituteira de mão cheia. Seus salgados são muito apreciados no boteco do
Vicente, seu marido, sujeito boa praça, mas que anda, de uns tempos para cá,
com os nervos arruinados. Justamente por conta de dona Fátima.
Quem diria?
A vida tem dessas coisas. De uma hora para outra, ela, que sempre fora
mulher de poucas palavras, desandou a falar, ou melhor, a pregar sem parar.
Para Vicente, essa mudança súbita de comportamento se deu a partir do instante
em que ela aderiu com entusiasmo estupendo a uma nova seita religiosa, onde
quase nada é permitido, a não ser que favoreça o bispo. Temo pelo futuro do
casamento de quase trinta anos.
“Ela quer salvar o mundo e acabar com meu negócio, com nosso sustento”,
esbraveja Vicente. “Vamos viver de quê? De sua pregação contra a uca? Aonde, na
minha idade, vou arrumar outra ocupação? Sempre tive boteco, não sei fazer
outra coisa na vida!”
Para quem não compreende bem sua ira, Vicente explica melhor:
- Basta o sujeito encostar a barriga no balcão, para ela começar arengar:
“Vai beber de novo? Não sabe que faz mal à saúde? Já fez a conta de quanto
gasta? Aposto que sua mulher não tem dinheiro para comprar um chinelinho.” Se o
freguês responde que ela não tem nada com isso, ela manda o homem beber no bar do concorrente.
Se o cidadão pede umas fichas de bilhar, ela desatina de vez: “Credo! Além de
beber, joga! E ainda tem que pagar cerveja, porque perde todas as apostas. É
mau jogador, ruim de taco.” Pode uma coisa dessas? Não pode. Ainda mato esse
bispo. Ou me desgarro de Fátima.
Imagem Google
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
PARABÉNS, JOÃO PESSOA, PELOS 428 ANOS!!!
Praia do Cabo Branco –
Foto: Reginaldo Marinho
|
AS FÉRIAS EM JOÃO PESSOA
Autor: Merlânio Maia
Quem quiser ver a beleza
Maior que existe na Terra
E quão grande é a natureza
Com tudo o que ela encerra
Visite a Nordestina
Paraíba pequenina
Tão cativante e tão boa,
Tão espiritualizada
Então não perca por nada
As férias em João Pessoa
Maior que existe na Terra
E quão grande é a natureza
Com tudo o que ela encerra
Visite a Nordestina
Paraíba pequenina
Tão cativante e tão boa,
Tão espiritualizada
Então não perca por nada
As férias em João Pessoa
Veja o Sol nascer primeiro
Na América do Sul
E o vento correr fagueiro
Na imensidão azul
Veja o mar que se alteia
Em onda e beija a areia
E nas pedras se abalroa
Deixando a praia espumada
Então não perca por nada
As férias em João Pessoa
Na América do Sul
E o vento correr fagueiro
Na imensidão azul
Veja o mar que se alteia
Em onda e beija a areia
E nas pedras se abalroa
Deixando a praia espumada
Então não perca por nada
As férias em João Pessoa
E as praias maravilhosas
Cabo Branco, Tambaú,
De Manaíra a Formosa
De Jacumã à Acaú,
Da Penha, Bessa ou Lucena
Que você sentirá pena
Perdê-las por coisa à toa
Se o Mar é coisa sagrada
Então não perca por nada
As férias em João Pessoa
Cabo Branco, Tambaú,
De Manaíra a Formosa
De Jacumã à Acaú,
Da Penha, Bessa ou Lucena
Que você sentirá pena
Perdê-las por coisa à toa
Se o Mar é coisa sagrada
Então não perca por nada
As férias em João Pessoa
Lá o Sol nasce no Seixas
E se põe em Jacaré
A impressão que nos deixa
É que aumenta a nossa fé
Nasce ao mar, morre no rio,
Qual sereno desafio
Que o Criador abençoa
Quer ver terra iluminada?
Então não perca por nada
As férias em João Pessoa
E se põe em Jacaré
A impressão que nos deixa
É que aumenta a nossa fé
Nasce ao mar, morre no rio,
Qual sereno desafio
Que o Criador abençoa
Quer ver terra iluminada?
Então não perca por nada
As férias em João Pessoa
As águas de Picãozinho
São lindas de apaixonar
Vá de lancha ou de barquinho
A família em alto mar
Com crustáceos coloridos
Peixes mansos e enxeridos
Passe o dia numa boa
Vivendo a vida sonhada
Então não perca por nada
As férias em João Pessoa
São lindas de apaixonar
Vá de lancha ou de barquinho
A família em alto mar
Com crustáceos coloridos
Peixes mansos e enxeridos
Passe o dia numa boa
Vivendo a vida sonhada
Então não perca por nada
As férias em João Pessoa
Vá lá ver lindas Igrejas
Quão bela é a cidade antiga
A cultura lá sobeja
Comprove e depois me diga
Se é ou não é verdade
Para não deixar saudade
Não esqueça da patroa
Pois se quer vê-la encantada
Então não perca por nada
As férias em João Pessoa
Quão bela é a cidade antiga
A cultura lá sobeja
Comprove e depois me diga
Se é ou não é verdade
Para não deixar saudade
Não esqueça da patroa
Pois se quer vê-la encantada
Então não perca por nada
As férias em João Pessoa
Venha ver nossa Lagoa
Visitá-la vale a pena
Que à noite é linda coroa
De uma luz tão serena
De dia é lago espelhado
De palmeiras rodeado
Tão linda que atordoa
Quer vê-la fotografada?
Então não perca por nada
As férias em João Pessoa
Visitá-la vale a pena
Que à noite é linda coroa
De uma luz tão serena
De dia é lago espelhado
De palmeiras rodeado
Tão linda que atordoa
Quer vê-la fotografada?
Então não perca por nada
As férias em João Pessoa
À tardinha veja o Sol
Se pondo cheio de luz
Nas águas do Paraíba
Onde o dourado reluz
Ao Bolero de Ravel
É um pedaço do céu
Que se vislumbra da proa
Haja emoção derramada!
Então não perca por nada
As férias em João Pessoa
Se pondo cheio de luz
Nas águas do Paraíba
Onde o dourado reluz
Ao Bolero de Ravel
É um pedaço do céu
Que se vislumbra da proa
Haja emoção derramada!
Então não perca por nada
As férias em João Pessoa
Terra de Augusto dos Anjos
De Elba e Jackson do Pandeiro
Sivuca com seus arranjos
Zé Ramalho e o companheiro
Canhoto da Paraíba
Chico César sempre em riba,
Vital Farias que entoa
E haja valores na estrada
Então não perca por nada
As férias em João Pessoa
De Elba e Jackson do Pandeiro
Sivuca com seus arranjos
Zé Ramalho e o companheiro
Canhoto da Paraíba
Chico César sempre em riba,
Vital Farias que entoa
E haja valores na estrada
Então não perca por nada
As férias em João Pessoa
Eu mesmo Merlânio Maia
Canto só pra convidá-lo
E viajaria de Arraia,
De jumento ou de cavalo,
Quem sabe até mesmo a pé
Pois é grande a minha fé
De receber gente boa
Se a vida é pra ser amada
Então não perca por nada
As férias em João Pessoa
Canto só pra convidá-lo
E viajaria de Arraia,
De jumento ou de cavalo,
Quem sabe até mesmo a pé
Pois é grande a minha fé
De receber gente boa
Se a vida é pra ser amada
Então não perca por nada
As férias em João Pessoa
domingo, 4 de agosto de 2013
PRESENTE DE DOMINGO...
LUIZ GONZAGA: 24 ANOS DE SAUDADE
Pedro Paulo Paulino
Salve
Sua Majestade,
Gonzaga, Rei do Baião.
Salve treze de dezembro,
Data Magna do Sertão.
Salve Exu tão venerado.
Salve doze, ano sagrado.
Salve, ó dia que trouxeste
Para o povo brasileiro
Gonzagão, o verdadeiro
Embaixador do Nordeste.
Gonzaga, Rei do Baião.
Salve treze de dezembro,
Data Magna do Sertão.
Salve Exu tão venerado.
Salve doze, ano sagrado.
Salve, ó dia que trouxeste
Para o povo brasileiro
Gonzagão, o verdadeiro
Embaixador do Nordeste.
Salve
o Baião, salve o Xote,
Salve o Coco e o Xaxado.
Salve o fole de oito baixos
Pelo velho pai tocado.
Salve o povo nordestino,
Conselheiro e Virgulino,
Santana e Seu Januário,
O Padim Ciço Romão,
Salve, salve Gonzagão,
Por este seu centenário.
Salve o Coco e o Xaxado.
Salve o fole de oito baixos
Pelo velho pai tocado.
Salve o povo nordestino,
Conselheiro e Virgulino,
Santana e Seu Januário,
O Padim Ciço Romão,
Salve, salve Gonzagão,
Por este seu centenário.
Gonzaga
do Nascimento,
Luiz de Santa Luzia,
Nosso Rei iluminado
Nasceu neste santo dia.
A carreira desse artista
Foi brilhante qual a vista
Da própria Luzia Santa.
É mês também de Jesus,
Por isso em tudo tem luz
Que Luiz Gonzaga canta.
Luiz de Santa Luzia,
Nosso Rei iluminado
Nasceu neste santo dia.
A carreira desse artista
Foi brilhante qual a vista
Da própria Luzia Santa.
É mês também de Jesus,
Por isso em tudo tem luz
Que Luiz Gonzaga canta.
O
Nordeste está em festa,
Todo o Brasil comemora.
É centenário de Lua,
O Baião sorri e chora.
Repentistas violeiros,
Cantadores e vaqueiros,
Artistas do nosso povo,
Juntos, numa sinfonia
Dão vivas para este dia:
Gonzagão nasce de novo,
Todo o Brasil comemora.
É centenário de Lua,
O Baião sorri e chora.
Repentistas violeiros,
Cantadores e vaqueiros,
Artistas do nosso povo,
Juntos, numa sinfonia
Dão vivas para este dia:
Gonzagão nasce de novo,
Para
cantar mais cem anos
No meio da nossa gente,
Vivo sempre na memória,
No coração de quem sente
Amor por este Nordeste
Que tu, Gonzaga, fizeste
Ser mais rico e mais feliz,
Mais alegre e colorido
E bem mais reconhecido
Pelo resto do País.
No meio da nossa gente,
Vivo sempre na memória,
No coração de quem sente
Amor por este Nordeste
Que tu, Gonzaga, fizeste
Ser mais rico e mais feliz,
Mais alegre e colorido
E bem mais reconhecido
Pelo resto do País.
Assum
Preto, mesmo cego,
Hoje canta sem parar,
A Acauã, neste dia,
Já não pára de cantar.
Rolinha Fogo Pagou
Com Sabiá se juntou,
Veio o Pássaro Carão...
Toda voz hoje se solta,
Asa Branca também volta
E canta pra Gonzagão.
Hoje canta sem parar,
A Acauã, neste dia,
Já não pára de cantar.
Rolinha Fogo Pagou
Com Sabiá se juntou,
Veio o Pássaro Carão...
Toda voz hoje se solta,
Asa Branca também volta
E canta pra Gonzagão.
A
Carimbamba encantada
Também faz a sua festa.
A Mãe-da-lua dolente
Pra Gonzaga faz seresta.
Azulão e Bacurau,
Juriti, João-corta-pau,
A Peitica e a Sururina,
Hoje cedo se levantam,
Em concerto todos cantam
Pra maior voz nordestina.
Também faz a sua festa.
A Mãe-da-lua dolente
Pra Gonzaga faz seresta.
Azulão e Bacurau,
Juriti, João-corta-pau,
A Peitica e a Sururina,
Hoje cedo se levantam,
Em concerto todos cantam
Pra maior voz nordestina.
Estradas,
rios e matas,
Pra Luiz cantam também.
Há uma salva de apito
Vinda lá do velho trem.
Tem cordel lido na feira,
Tem Samarica Parteira
Tem rabeca e tem viola.
Dentro da programação
Tem até competição
De Siri jogando bola.
Pra Luiz cantam também.
Há uma salva de apito
Vinda lá do velho trem.
Tem cordel lido na feira,
Tem Samarica Parteira
Tem rabeca e tem viola.
Dentro da programação
Tem até competição
De Siri jogando bola.
Cego
Aderaldo, no céu,
Com Zé Dantas, compõe hino;
Humberto Teixeira escreve
Junto com Zé Marcolino.
D. Helena se avizinha
Para assistir Gonzaguinha
Num solo emocionante...
E o céu se descontrai
Quando ele canta com o pai
"A vida do viajante".
Com Zé Dantas, compõe hino;
Humberto Teixeira escreve
Junto com Zé Marcolino.
D. Helena se avizinha
Para assistir Gonzaguinha
Num solo emocionante...
E o céu se descontrai
Quando ele canta com o pai
"A vida do viajante".
Vem
Coronel Ludugero
Mais o Jackson do Pandeiro.
Vem o Noca mais Julinho
Ary Lobo forrozeiro.
Padre Vieira, também,
Filosófico lá vem,
Junto com Frei Damião.
Crentes, ateus e profanos,
Todos festejam cem anos
Do nosso Rei do Baião.
Mais o Jackson do Pandeiro.
Vem o Noca mais Julinho
Ary Lobo forrozeiro.
Padre Vieira, também,
Filosófico lá vem,
Junto com Frei Damião.
Crentes, ateus e profanos,
Todos festejam cem anos
Do nosso Rei do Baião.
Aqui
na terra, a Jurema,
O Pau d'Arco, o Umbuzeiro,
Somam seu perfume e cores
Ao verde do Juazeiro.
Trazendo seu relinchar,
Vem também comemorar
O Jumento nosso irmão.
E todos, num só cenário,
Dão vivas ao centenário
De Luiz, Rei do Baião.
O Pau d'Arco, o Umbuzeiro,
Somam seu perfume e cores
Ao verde do Juazeiro.
Trazendo seu relinchar,
Vem também comemorar
O Jumento nosso irmão.
E todos, num só cenário,
Dão vivas ao centenário
De Luiz, Rei do Baião.
Gonzagão
do Pernambuco,
Gonzagão do Ceará,
Gonzagão das Alagoas,
Rio de Janeiro e Pará,
De São Paulo e da Bahia,
Gonzagão de simpatia,
De sentimento profundo,
Gonzagão lá do estrangeiro,
Gonzagão tão brasileiro,
Gonzagão de todo mundo.
Gonzagão do Ceará,
Gonzagão das Alagoas,
Rio de Janeiro e Pará,
De São Paulo e da Bahia,
Gonzagão de simpatia,
De sentimento profundo,
Gonzagão lá do estrangeiro,
Gonzagão tão brasileiro,
Gonzagão de todo mundo.
Gonzagão
de Januário,
Gonzagão Rei Majestade,
Monarca cuja coroa
Foi sua simplicidade.
O Gonzagão que hoje é cem
E cem por cento também
Artista gênio do povo,
Com a voz e a sanfona,
Hoje e sempre emociona,
Com seu canto belo e novo.
Gonzagão Rei Majestade,
Monarca cuja coroa
Foi sua simplicidade.
O Gonzagão que hoje é cem
E cem por cento também
Artista gênio do povo,
Com a voz e a sanfona,
Hoje e sempre emociona,
Com seu canto belo e novo.
Todo
inverno bom de safra
E toda seca inclemente
Foram pelo velho Lua
Decantados vivamente.
Na tristeza e na alegria,
Seu canto é sabedoria,
Por isso Luiz Gonzaga
No tempo não tem limite,
Seu nome é sempre um convite
Vivo que jamais se apaga.
E toda seca inclemente
Foram pelo velho Lua
Decantados vivamente.
Na tristeza e na alegria,
Seu canto é sabedoria,
Por isso Luiz Gonzaga
No tempo não tem limite,
Seu nome é sempre um convite
Vivo que jamais se apaga.
Não
convém qualquer requinte
Para louvar Gonzagão,
Porque seu nome já rima
Com a rima do sertão.
E aqui no meu Ceará
Gonzagão sempre estará
Com a gente andando a pé,
Junto a Humberto Teixeira,
Cantando em noite fagueira
A “Estrada do Canindé”.
Para louvar Gonzagão,
Porque seu nome já rima
Com a rima do sertão.
E aqui no meu Ceará
Gonzagão sempre estará
Com a gente andando a pé,
Junto a Humberto Teixeira,
Cantando em noite fagueira
A “Estrada do Canindé”.
Luiz
Gonzaga, o Rei do Baião, morreu no dia dois de agosto de 1989.
sábado, 3 de agosto de 2013
PORQUE HOJE É SÁBADO...
Jorge meu irmão,
são onze e trinta da manhã e terminei de compor uma linda canção para
Yemanjá pois o reflexo do sol desenha seu manto em nosso mar, aqui na Pedra da
Sereia. Quantas canções compus para Janaína, nem eu mesmo sei, é minha mãe,
dela nasci. Talvez Stela saiba, ela sabe tudo, que mulher, duas iguais não
existem, que foi que eu fiz de bom para merecê-la? Ela te manda um beijo, outro
para Zélia e eu morro de saudade de vocês. Quando vierem, me tragam um pano
africano para eu fazer uma túnica e ficar irresistível.
Ontem saí com Carybé, fomos buscar Camafeu na Rampa do Mercado, andamos
por aí trocando pernas, sentindo os cheiros, tantos, um perfume de vida ao sol,
vendo as cores, só de azuis contamos mais de quinze e havia um ocre na parede
de uma casa, nem te digo. Então ao voltar, pintei um quadro, tão bonito, irmão,
de causar inveja a Graciano. De inveja, Carybé quase morreu e Jenner, imagine!,
se fartou de elogiar, te juro. Um quadro simples: uma baiana, o tabuleiro com
abarás e acarajés e gente em volta. Se eu tivesse tempo, ia ser pintor, ganhava
uma fortuna. O que me falta é tempo para pintar, compor vou compondo devagar e
sempre, tu sabes como é, música com pressa é aquela droga que tem às pampas
sobrando por aí. O tempo que tenho mal chega para viver: visitar Dona
Menininha, saudar Xangô, conversar com Mirabeau, me aconselhar com Celestino
sobre como investir o dinheiro que não tenho e nunca terei, graças a Deus,
ouvir Carybé mentir andar, nas ruas, olhar o mar, não fazer nada e tantas
outras obrigações que me ocupam o dia inteiro. Cadê tempo pra pintar?
Quero te dizer uma coisa que já te disse uma vez, há mais de vinte anos
quando te deu de viver na Europa e nunca mais voltavas: a Bahia está viva,
ainda lá, cada dia mais bonita, o firmamento azul, esse mar tão verde e o
povaréu. Por falar nisso, Stela de Oxóssi é a nova iyalorixá do Axé e, na festa
da consagração, ikedes e iaôs, todos na roça perguntavam onde anda Obá Arolu
que não veio ver sua irmã subir ao trono de rainha? Pois ontem, às quatro da
tarde, um pouco mais ou menos, saí com Carybé e Camafeu a te procurar e não te
encontrando, indagamos: que faz ele que não está aqui se aqui é seu lugar? A
lua de Londres, já dizia um poeta lusitano que li numa antologia de meu tempo
de menino, é merencória. A daqui é aquela lua. Por que foi ele para a
Inglaterra? Não é inglês, nem nada, que faz em Londres? Um bom filho-da-puta é
o que ele é, nosso irmãozinho.
Sabes que vendi a casa da Pedra da Sereia? Pois vendi. Fizeram um
edifício medonho bem em cima dela e anunciaram nos jornais: venha ser vizinho
de Dorival Caymmi. Então fiquei retado e vendi a casa, comprei um apartamento
na Pituba, vou ser vizinho de James e de João Ubaldo, daquelas duas ‘línguas
viperinas, veja que irresponsabilidade a minha.
Mas hoje, antes de me mudar, fiz essa canção para Yemanjá que fala em
peixe e em vento, em saveiro e no mestre do saveiro, no mar da Bahia. Nunca
soube falar de outras coisas. Dessas e de mulher. Dora, Marina, Adalgisa,
Anália, Rosa morena, como vais morena Rosa, quantas outras e todas, como sabes,
são a minha Stela com quem um dia me casei te tendo de padrinho. A bênção, meu
padrinho, Oxóssi te proteja nessas inglaterras, um beijo para Zélia, não
esqueçam de trazer meu pano africano, volte logo, tua casa é aqui e eu sou teu
irmão
Caymmi
Pequena
homenagem de Fábio Coutinho e da Outras Letras ao centenário de Jorge Amado no
dia 10 de agosto de 2012.
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