terça-feira, 15 de maio de 2012

A SOBERBA DA TOGA



A justiça que se observa é injustiça, verdugo que enxerga e pune apenas o criminoso pobre, o preto e a puta; mas, quanto ao criminoso rico, essa justiça lhe é pródiga em arreganhos de impunidade. Essa justiça que por aí pontifica nunca foi e nem será a verdadeira justiça: eis que é cega, omissa, criminosa e covarde: pode ser tudo, menos justiça.

As togas que travestem e representam essa justiça estão sujas, gordurosas, mal cheirosas, criminosas, nauseabundas, escondem na preferência da cor um disfarce noturno, sinistro, para o crime, para a vilania.

Esses seres auto-intitulados juízes (as), promotores (as), desembargadores (as), ministros (as), procuradores da República e procuradores de Justiça, não mantém os pés no chão; ególatras, se consideram deuses - sintoma da degeneração completa, da autocrítica, da inflamação incontida do ego-rei - e, no entanto nunca se elevarão ao Reino dos Céus; são além de tudo cegos, o brilho dos palácios de ouro que habitam retirou-lhes a visão.

Impõem-se pelo temor à gente humilde, o que gera um respeito falso, são imodestos, prepotentes, permeia-lhes a falta de caráter, a deslealdade com as partes, operadores de direito, servidores, a quem dispensam falta de urbanidade, e irrupções de gritarias entre outros comportamentos psicológicos e até psicóticos de risco.

Geram, por comportamento, um status falso e horripilante de poder ou potestade, respeito ou gravidade, que deveria se impor naturalmente, mas desnecessariamente é compelido pela força do medo, abuso, desprezo e falta de mínimas condições para estar naquela função, pública ou privada, existentes às faltas de equilíbrio e juízo neutro no momento certo, falta de experiência ou humanidade simplesmente.

Observe-se o ridículo do ritual dessa “gente”, na “dança das togas” despudoradas, acasalando a prepotência ante os despossuídos, os desiguais da sociedade dividida em classes; em contraste à covardia e a vassalagem que prestam, genuflexos ante os poderosos a quem servem, eles os parasitas da sociedade.

Para que servem essas abjetas criaturas? De espada e instrumento de tortura contra os pobres? Quanto a nação desperdiça em nutrir esses horrendos senhores (as) que nada fazem a não ser desfilar prepotências, em gestos e palavras empoladas para melhor disfarçar o vulgar filistinismo de suas mentalidades estreitas!

Preconceito; apartheid social; exploração do homem pelo homem; crianças famélicas, famintas, órfãs do poder público; aviltamento da dignidade humana - sem teto, sem saúde, sem trabalho, sem nada...; corrupção, cupinzal que a tudo destrói, devora, e esses “zumbis de toga” cobrem-se em suas vestes negras ante o perverso espetáculo.

À semelhança dos fariseus de antanho, se abstraem da realidade que os espreita, tendo por escudo e proteção a letra fria da lei: idólatras!

Em seu ofício, a balança do Direito oscila, mas não consegue esconder que pende em desfavor da equidade, do amor, da compaixão e da misericórdia.

No tablado da vida, são canastrões, atores medíocres, anjos decaídos, corruptos, materialistas. Empertigados, de caras e bocas retorcidas, de muitas mãos e dedos, todos cheios de meneios, ademanes, egolatrias, abusos e futricas.

Representam cada um a seu turno, a triste figura da inflamação do ego, do poder, da arrogância, da prepotência, do aviltamento, da ignomínia, da falha de caráter, do despreparo humano, intelectual e profissional.

Sem noção do ridículo, escarram a erudição que nunca tiveram; se nutrem da vassalagem, do claquismo, de toda fauna de analfabetismo existente que grassa na sociedade, mas, olhando bem, não serviriam a qualquer tipo de teste à ópera, nem à opereta, talvez se amoldassem à alguma nuance de ópera bufa.

A esses senhores (as) seres do “pesadelo das togas”, se faz necessário que nos rebelemos, com saúde cidadã, para gritar-lhes aos ouvidos, em rompimento de tímpanos, suas limitações, obrigá-los a descerem dos pedestais ilusórios, fazê-los se portar com dignidade e respeito mútuo, democrático e republicano, perante o cidadão brasileiro.

Dr. Fernando Enéas de Souza
Defensor Público


Imagem Google


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