sábado, 30 de junho de 2012

PORQUE HOJE É SÁBADO...


CARTA ABERTA AO SÃO PEDRO

Boa tarde Exmo. Sr. São Pedro,

Venho pela presente redacção solicitar-lhe que seja benevolente para o dia de amanhã, da mesma forma que me prontifico a ser generoso no pedido.

Não lhe pedirei 30 graus e um sol abrasador, apenas uns pequenos raios de luz, um céu de tons ligeiramente mais claros, mais azuis. Não tenho a ambição de fazer praia, apreciava apenas poder aproveitar da melhor forma uma benesse que este governo ainda nos dá – a não aniquilação do 25 de abril*.

Bem sei que a sua posição não é fácil, não lhe permite conceder os desejos gerais, porque eles não são gerais. Uns lutam pelo sol, pelas esplanadas, outros pela bendita água que lhes salvará o cultivo, as colheitas. Oh tarefa difícil a sua. Hoje escreve-lho com esta veemente educação e apaziguadora prosa, por saber disso mesmo, dessa dificuldade que em nada lhe invejo. Eu tenho um patrão para agradar, Vossa Excelência tem um mundo, uma população sem fronteiras.

Por tudo isto lhe peço encarecidamente para ter, unicamente, especial atenção a este pequeno pedacinho de terra, à beira mar plantado. Portugal. Somos um povo simpático, de esforços inegáveis, não só na conquista do mundo, em que hoje governa a meteorologia, como também no exacerbante esforço que fazemos ao dobrar mais um cabo das tormentas, desta feita chamado de troika e vestido de austeridade. Não quero que tenha pena de nós, porque sei bem a forma como dai vê todos os que estão piores, bem piores, quero apenas que nos mime, um pequeno afago de 24 horas, que lhe agradeceremos eternamente. Desculpe, entusiasmei-me. É irreal dizer eternamente, não estou aqui para lhe mentir, provavelmente esqueceremos assim que nos traga o sol a miúde, mas amanhã será rei. Será o nosso rei.

Não querendo invadir a sua, suponho, preenchida agenda, gostaria de lhe solicitar um tempinho para pensar nesta minha proposta. Prometo não o voltar a aborrecer tão cedo, como prometo também não mais me esquecer de lhe agradecer sempre que nos bafeje com um deleitoso sol.

Sou apenas um, fácil de perder o rasto no meio da imensidão que governa, mas ainda assim hoje sinto-me altivo o suficiente para lhe fazer este pedido. Descabido? Exagerado? Talvez, mas o que me impediria de o fazer?

PS – Não tendo a certeza da sua omnipresença, agradecia assim a Deus que vendo esta carta a passasse a quem de direito.

Obrigado.

Ricardo Alves Lopes (Ral)


*O autor deve referir-se ao dia 25 de abril de 1974, data do golpe de Estado que derrubou o governo ditatorial de Portugal e ficou conhecido como “Revolução dos Cravos”.

A Wikipédia diz:

Revolução dos Cravos refere-se a um período da história de Portugal resultante de um golpe de Estado  militar, ocorrido a 25 de abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo, vigente desde 1933, e que iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático, com a entrada em vigor da nova Constituição a 25 de abril de 1976. 




“Foi talvez a mais linda festa política dos oito séculos de história de Portugal: a multidão, milhares de pessoas em estado de júbilo, dançava, cantava, chorava, sorria. E se abraçava, e abraçava os jovens soldados sem medo dos fuzis. E ocorreu então um caso extraordinário, até hoje sem explicação. Não se sabe como nem porquê, havia cravos vermelhos nas mãos do povo. Homens, mulheres e crianças de cravos nas mãos. Milhares de cravos. E o povo enfeitou de cravos os fuzis militares. E do povo a revolução ganhou nome: Revolução dos Cravos!”



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quinta-feira, 28 de junho de 2012

DIÁRIO DA CORTE


DIÁRIO DA CORTE

Jaldes Reis de Meneses

Planejava escrever um artigo a respeito do livro de seleção de artigos de Paulo Francis na Folha de S. Paulo recém-reunidos pelo jornalista paulista Nelson de Sá (Diário da corte, Editora Três Estrelas, 2012), que me causaram uma péssima impressão, quando por acaso (nem tanto ao acaso, pois criei o hábito de ler impreterivelmente a sua coluna semanal às quartas-feiras no jornal O Globo), o grande Francisco Bosco (aos que não têm referência, filho do compositor e músico João Bosco, tão grande quanto o pai), revela também a sua decepção recente com o Francis (Bosco, pelo que sei, não chegou ainda aos 40 anos), principalmente o conteúdo provinciano e superficial (muitas referências e poucos cortes verticais, visando impressionar os incautos) de seus artigos. Caetano Veloso, uma espécie de contraponto polêmico às diatribes de Francis à época, embora desafeto, já havia escrito – também em uma coluna, dominical, em O Globo – que, apesar de tudo, Paulo Francis era uma referência de sua geração. Creditou o seu estranhamento às opiniões de Bosco ao fato de ser um “homem velho”. Discordo.

Embora não seja da geração de Caetano, também não sou da geração de Bosco, mais velho uns 10 anos. Li dois livros esquecidos de Paulo Francis muito jovem – Nu e Cru (seleta de crônicas publicadas em O Pasquim) e o seu primeiro romance Cabeça de Papel. Sem dúvida, Paulo Francis sabia escrever a jato, de maneira apropriada ao ritmo de um jornal. Escreveu o romance da mesma maneira que escrevia as crônicas – é tudo a mesma coisa. Mas nitidamente nunca foi um pesquisador. Como viveu uma experiência familiar adolescente em Nova Iorque, antes de se profissionalizar jornalista, usou e abusou da “vantagem comparativa” e abasteceu os leitores brasileiros ávidos em informação da metrópole americana de referências de um mundo político e cultural distante, em um tempo que o cosmopolitismo era estranho aos hábitos de um jovem brasileiro de classe média. Hoje, tenho alunos que passam as férias em Londres. Quando não viajo (e viajo menos), eles que me abastecem das informações da vida na corte. Os diários do Francis são matéria vencida.

Os diários de Paulo Francis envelheceram sem conseguir alcançar adquirir a condição de um vinho fino, defasaram. Na esquerda ou na direita – o livro cobre os dois espectros ideológicos, caracterizando a mutação do autor –, não passa de um preconceituoso. Fofoqueiro e boçal, quando ainda na esquerda, por exemplo, escreve que um de seus ídolos posteriores, Roberto Campos, embaixador em Londres, causava espécie nos bons modos da diplomacia porque circulava nas rodas da cidade de calças jeans e colar, certamente desprovido da gravata e palitó do diplomata (seria Bob Bobby Fields um Vinicius enrustido?), para em seguida insinuar que se abstinha de prover o general-presidente Figueiredo de outras informações, mais íntimas (página 77). Os textos de Francis são repletos desse tipo de tirada. Embora, aparentemente, transpareça um golpe de coragem contra a censura, o que ficou? Muito pouco, senão lições de mau-caratismo explícito.

Por outro lado, embora o papel amarelado de Paulo Francis não consiga ganhar vida literária densa (é o tipo de escrito que ficou congelado no tempo), a escrita rápida (já diz menção ao atributo) e alguns insights (há que se reconhecer) brilhantes, de alguma maneira, antecipam os tempos de internet. Pois bem, Paulo Francis, mesmo anacrônico, antecipa o narciso predominante de nosso tempo, a impostação, a velocidade e os exibicionismos das redes sociais. Mas há muito vazio, caras e bocas, encenação, falso conteúdo, território fértil de germinação dos falsos profetas e da falsa política. Olhá lá, conforme Noel Rosa e Florestan Fernandes, o busilis da questão...



DIA MUNDIAL DO ORGULHO LGBT



Em 28 de junho de 1969 ocorreu, em Nova York, estados Unidos, a Rebelião de Stonewall. Stonewall era (e ainda é) um bar de frequência LGBT, que sofria repetidas batidas policiais sem justificativa. Naquele dia, os frequentadores se revoltaram, o que deu início à luta pela igualdade de direitos LGBT.

Que tal aproveitar a data para fazer algo com a discriminação e desrespeito ao próximo?


Imagens Google


terça-feira, 26 de junho de 2012

FESTIVAL DE INVERNO DE GARANHUNS



Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (26), a Fundação do patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e a Secretaria de Cultura do Estado divulgaram as atrações do Festival de Inverno de Garanhuns 2012. No Palco Guadalajara, principal polo da festa, se apresentam nomes como Zelia Duncan, Zizi Possi, Herbert Lucena, Erasmo Carlos, Milton Nascimento e Ney Matogrosso. O FIG acontece entre os dias 12 e 22 de julho.

12/07 - Homenagem a Luiz Gonzaga - Dominguinhos, Elba Ramalho e família Gonzaga.

13/07 - Escravo, Zélia Duncan e Zizi Possi

14/07 - Hercinho, Academia da Berlinda, Roberta Miranda e Alcione

15/07 - Giba Lira e Jorge Vercillo

16/07 - Lucas Notaro, Mombojó, China e Roberta Sá

17/07 -  Rogério e os Cabras, Lula Queiroga, Renato Teixeira, Xangai e Maciel Melo

18/07 - Karla Rafaela, Perícles, Fundo de Quintal

19/07 - Flash, Volver, Ortinho, Reginaldo Rossi e Erasmo Carlos

20/07 - Antonio Madureira, Marcelo Jeneci, Lenine e Milton Nascimento

21/07 - Andréa Amorim, Edgar Scandurra, Ney Matogrosso e Lulu Santos



ARRAIÁ DE SÃO PEDRO

segunda-feira, 25 de junho de 2012

FRANS KRAJCBERG – NATUREZA EXTREMA


A arte grita em favor do meio ambiente

A Estação Cabo Branco, Ciência, Cultura e Artes realizará em 29 de Junho a partir das 18h a inauguração do novo prédio do complexo arquitetônico que compõe esta unidade de educação e cultura, localizada num dos pontos turísticos mais visitados da Paraíba no Extremo Oriental das Américas, a Estação é hoje referência como espaço na difusão do conhecimento.

Construída com a assinatura do arquiteto Oscar Niemayer e planejada para abrigar o museu de ciência, espaços expositivos, auditório, salas de convenção, anfiteatro e sala de práticas educacionais, que atende hoje a estudantes das redes públicas e privadas de ensino, turistas, cidadãos pessoensses, produtores culturais e artistas que buscam aqui muito além de uma belíssima paisagem.

A Estação cresce e, atendo ao sonho da classe artística paraibana a Prefeitura Municipal de João Pessoa presenteia a sociedade com a Estação das Artes. Equipamento projetado pelo arquiteto Amaro Muniz com galeria de arte, reserva técnica, restaurante, espaço administrativo e salas de convenções, que homenageiam quatro ilustres personalidades da cultura: o Cineasta Linduarte Noronha, o músico Pedro Santos, o artista plástico Jackson Ribeiro e a arquiteta Eliane Freire, esta justa homenagem pensada pelo Prefeito Luciano Agra reconhece a enorme contribuição que cada uma delas deu em vida as artes na capital.

A programação inaugural deste templo das artes em João Pessoa está repleta de atrações imperdíveis, a começar pelas obras dos artistas plásticos Clóvis Jr. Fred Svendsen e Francisco Brennand pertencentes ao acervo permanente da Estação e instaladas nesta nova unidade.

A exposição inaugural Frans Krajcberg – Natureza extrema traz a João Pessoa o maior escultor vivo do mundo, cujo título Grande Prêmio Enku foi recebido este ano no Japão, o ativista ambiental exibirá pela primeira vez na capital paraibana o seu grito em favor das florestas, Frans Krajcberg nasceu na Polônia e escolheu o Brasil como morada, reside em área reflorestada por ele na cidade de Nova Viçosa no Sul da Bahia, sua belíssima residência localizada em cima de uma arvore, seu cotidiano, seu exemplo de vida e, sobretudo sua arte que transforma arvores calcinadas em esculturas, nos chama a repensar nossas posturas frente à natureza, nos convoca a ações concretas para preservação ambiental, nos inclui na legião de potencias guardiões do futuro do planeta.

A trajetória artística do ambientalista Krajcberg e seu exemplo de vida denotam seu compromisso com a natureza. A Estação Cabo Branco em parceria com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente firmaram o compromisso desta gestão com a cidade e acordaram com o artista o compromisso de plantar 5000 arvores, realizará também no dia 30 de Junho no auditório da Estação a 5ª Edição do Seminário o Grito de Krajcberg, uma realização do artista que visa à ampla discussão do tema preservação ambiental, a programação do seminário contará com a ilustre presença do escritor amazonense Thiago de Mello, da produtora Lucenilde Araújo, com uma palestra do Krajcberg e o lançamento do Filme O Grito, produzido pela jornalista Renata Rocha o Filme é narrado por Maria Betânia e a trilha sonora, assinada por Camilo Fróes e Jarbas Bittencourt.

A realização da exposição, o plantio de arvores, o seminário o grito, a vasta programação cultural pensada pela curadoria da Estação Cabo Branco, pela Direção de Eventos e pela Gestão Educacional para o ano de 2012, e demais setores e Secretarias Municipais envolvidas com esta obra, dão o tom da competente equipe, harmoniosa melodia que une amor pela cidade e, sobretudo compromisso com a vida.

Este espaço pensado para exposições de padrões internacionais, abre com chave de ouro as portas para o cidadão paraibano e para o cidadão do mundo.

Sejam todos bem vindos!!!

Lúcia França
Curadora Geral
Estação Cabo Branco, Ciência, Cultura e Artes


domingo, 24 de junho de 2012

PRESENTE DE DOMINGO...


SÃO JOÃO NA ROÇA

Dalinha Catunda

As fogueira ta chegando,
Eu to me preparando,
Pro mode dançar mas tu.

Vai ser um desmantelo
Nós dois naquele terreiro,
Na base do anarriê.
Na base do anavantu.

Já comprei teu chapéu de palha,
Tu camisa estampada.
Tua calça tá remendada,
Como manda a tradição.

Encomendei um corte de chita,
Dois laço encarnado de fita,
Quero ser a matuta mais bonita,
Nessa festa de São João.

Vai ser grande a alegria,
Nós dois dançando quadria,
Junto com nossa famia,
Que num arreda pé do sertão.




sábado, 23 de junho de 2012

VIVA SÃO JOÃO!!!


Imagem: Thais Rebello

PORQUE HOJE É SÁBADO...



LENDAS E HISTÓRIAS DE SÃO JOÃO

Conta-nos Luís da Câmara Cascudo, no seu Dicionário do folclore brasileiro, que "São João, santo católico, primo de Jesus Cristo, nasceu a 24 de junho e foi degolado no castelo de Macheros, na Palestina, a 29 de agosto do ano 31". Afonso Arinos em Lendas e tradições brasileiras, refere-se que a lenda de São João remonta a um período anterior do cristianismo, "nos cultos orgíacos da Ásia e da África antigas, cuja memória, alegam eles, se conserva no próprio nome de Santa Isabel, a mãe do Precursor".

E como nasceu a lenda?

Em verdade a mais antiga e mais citada é a de Maria, mãe de Jesus, visitando sua prima Isabel que se avizinhava de trazer ao mundo aquele que viria a ser João, o Iocanaan, dos hebreus. Desejosa de ter um sinal da natividade da criança, combinara Maria com sua prima que mandasse acender uma fogueira em torno de um mastro com uma bandeira branca, no alto da montanha, tão logo se desse esse feliz evento.

E, assim, na noite estrelada da Palestina, os clarões da fogueira, anunciaram àquela que seria a imaculada mãe de Jesus o nascimento de João Batista, que um dia batizou Jesus, nas águas do Jordão, e que, para cumprimento daquilo que estava escrito no livro do destino, perderia a cabeça para Salomé, quando ela perdera a própria por ele.

Mas a maioria dos festejadores do culto de São João ignora essa lenda, pois a mais popular entre o povo é a que se refere à infância do Precursor.

São João estando deitado no colo de sua mãe que o embalava, pergunta quando é o seu dia. Santa Isabel manda que ele durma. E São João dormiu na sua noite querida, porque, se estivesse acordado desceria à terra e tão alegre ficaria que todo o mundo seria destruído pelo fogo.

Contam outros que se São João estivesse acordado durante a festa que lhe é tão ruidosamente dedicada, e vendo o clarão das fogueiras acesas em seu louvor, não resistiria o desejo de descer do céu para acompanhar os festejos, e o mundo acabaria pelo fogo.

As cantigas oriundas das lendas de São João têm um encanto e um fascínio comovedor:

Se São João soubesse
Quando era o seu dia
Descia do céu à terra
Com prazer e alegria

*

Minha mãe quando é meu dia?
– Meu filho, já se passou!
– Numa festa tão bonita
Minha mãe não me acordou?

*

Acorda João!
Acorda João!
João está dormindo
Não acorda, não!

FONTE: (EDISIA, Maria. O São João e suas lendas. In São João na Bahia)




sexta-feira, 22 de junho de 2012

SÃO JOÃO DO NORDESTE



Eu não sou uma “globete”, aliás, da TV aberta (Globo, Band, Record), vejo só os noticiários, locais e nacionais. Para me distrair, assisto os canais da SKY.

Mesmo sem ser “globete”, gosto demais de um produto que a Globo veicula todos os anos, filme em homenagem ao São João do Nordeste, que este ano homenageia os 100 anos de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.

Vale a pena ver o vídeo abaixo que peguei no Youtube, com a seguinte descrição:

Mais uma vez a RTV Produções realiza o filme de comemoração do São João para todo o Nordeste. Essa homenagem da Rede Globo Nordeste contou agora com desenhos da Quadro a Quadro e música da Onomatopéia, contando a história de Luiz Gonzaga, e seus 100 anos de inspiração para o São João do Nordeste.

Coordenação Geral: Arisio Coutinho
Direção musical: Carlinhos Borges
Direção de animação: André Rodrigues
Finalização e montagem: André Farkatt
Pesquisa: Katherine Coutinho

O endereço no Youtube é: http://www.youtube.com/watch?v=3DI_627c3T4



domingo, 17 de junho de 2012

A COMILONA!!!


Comendo Desmaiado, famosa sobremesa do Restaurante Dona Felicidade http://www.donafelicidade.com.br/, no bar do filho dela, o Tiro Liro http://www.tirolirobar.com.br/.

Quem quiser ver meu álbum de comilona no Facebook, é só clicar aqui: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.449111768435014.104073.100000085854843&type=3&l=ed6a50dfb4


PRESENTE DE DOMINGO...

















A TERRA CAIU NO CHÃO

Zé da Luz

Visitando o meu sertão
que tanta grandeza encerra,
trouxe um punhado de terra
com a maior satisfação.

Fiz isso na intenção,
Como fez Pedro Segundo,
de quando eu deixasse o mundo
levá-lo no meu caixão.

Chegando ao Rio, pensei
guardá-lo só para mim
e num saquinho de brim
essa relíquia encerrei!

Com carinho e com cuidado
numa ripa do telhado,
o saquinho pendurei...

Uma doença apanhei
e vendo bem próxima a morte
lembrando as terras do norte
do saquinho me lembrei.

Que cruel desilusão!
As traças, sem coração
meterem os dentes no saco,
fizeram um grande buraco
e a terra caiu no chão.

 Imagem Google

sábado, 16 de junho de 2012

PORQUE HOJE É SÁBADO...

“Pão de Santo António” na Igreja de São Domingos, Rossio, Lisboa

O PÃOZINHO DE SANTO ANTÔNIO

Éramos quatro filhas. Todas na universidade, alegres e satisfeitas da vida. Minha avó, a mãe de papai, morava numa cidade muito longe da nossa. Ela quase não saía de sua casa. Passava anos sem nos visitar, mas papai a visitava umas duas vezes por ano. Quando crianças íamos muito à casa de vovó, mas depois de adolescentes e já adultas quase nunca tínhamos tempo. Raramente a visitávamos.

Vovó era muito religiosa e devota de Santo Antônio, crescemos ouvindo as histórias da devoção dela ao santo. Um dia de repente vovó chegou à nossa casa sem avisar. Até o papai se espantou.

No jantar daquele dia, quando estava toda a família reunida, ela foi direto ao ponto: “essas meninas não falam em casar não, minha gente? Tá no tempo!”

Foi uma risada geral. Ela séria estava e séria continuou: “aqui ninguém tem nem namorado? Tá no tempo! Quero ter bisnetos e como só tenho vocês de netas, tá na hora de darem um jeito, oxente! Que tristeza umas moças bonitas, bem criadas e estudadas, no Dia dos Namorados nenhuma tem namorado!”

– Mas vovó...

– Não tem mais e nem menos vovó. Vim para as providências. Amanhã é 13 de junho, Dia de Santo Antônio, já que nem o pai e nem a mãe de vocês se preocupam com o futuro das filhas, vou cuidar eu. De que adianta estudarem tanto e ficarem no caritó? Não quero isso pras minhas netas, não! Como ia dizendo, amanhã é Dia de Santo Antônio, todo mundo dessa casa vai comigo ver os festejos de Santo Antônio e buscar o Pãozinho de Santo Antônio, que é distribuído depois da missa. E quando a gente chegar, cada uma com seu Santo Antônio, que eu comprei um para cada uma, vai fazer as simpatias de amarração do santo que é pra ver se ele ajuda, né! Pelo que estou vendo aqui só mesmo Santo Antônio pra resolver o assunto.

– Mas vovó, não se usa mais essas bobagens não!

Ao que ela rindo disse: “quem não usa minha filha, fica assim que nem vocês, sozinhas!”

– Vovó é tudo superstição!

– Superstição, ah é? Pois saibam que se eu não tivesse amarrado um Santo Antônio teria sido mais uma moça no caritó. Foi Santo Antônio quem me deu o avô de vocês. E tu Letícia, não se faça de sonsa! Tá pensando que não sei que pegou meu filho pra casar depois de ter amarrado o santo, não? Não queira me fazer de besta que não sou não! Eu nem queria esse casamento, mas quando soube que se apegou com Santo Antônio fiquei quieta por respeito a ele, que é santo que com ele não se brinca. Depois que soube que tinhas amarrado o santo, fiquei quieta. Com Santo Antônio não se brinca!

– Ah, foi? E como foi?

Entramos no clima. Amanhecemos, as quatro, no dia 13, sob a vigilância de vovó, abrindo a porta da rua dizendo: “Santo Antônio, protetor dos enamorados, faça chegar até mim aquele que anda sozinho e que em minha companhia será feliz”.

Ao anoitecer a família Bezerra desembarcou na Igreja de Santo Antônio na maior animação do mundo. Assistimos à missa, recebemos o Pãozinho de Santo Antônio das mãos de vovó, que entrou na fila quatro vezes para pegar um pãozinho para cada neta, porque segundo ela o pãozinho só funciona para arranjar marido quando a moça o recebe de presente de uma pessoa da família ou de uma amiga.

A história do Pãozinho de Santo Antônio é no mínimo curiosa. Contam que Santo Antônio se incomodava muito com a pobreza. Um dia deu aos pobres todo o pão que havia no convento onde morava. Na hora do almoço o padre-padeiro viu que os pães que ele reservara para o almoço haviam sumido. Imediatamente comunicou o fato a Santo Antônio, que apenas disse-lhe que voltasse para olhar direito. Para seu espanto, o padre-padeiro ao chegar à despensa encontrou-a transbordando de pães! É uma linda história, não é?

Ficamos até altas horas na quermesse no adro da igreja e nos divertimos pra valer ouvindo muitas história do santo casamenteiro. Em casa cada uma de nós amarrou os braços do santo, presente de vovó, com dois fitilhos, um vermelho e outro branco. Em seguida rezamos um Pai-Nosso e uma Salve-Rainha e penduramos Santo Antônio de cabeça para baixo na cabeceira da cama, fazendo o pedido. As imagens deveriam ficar daquele jeito até o dia em que aparecesse um namorado.

Em seguida vovó declamou quatro vezes, uma para cada neta, uma prece a Santo Antônio, que quase morremos de rir porque é muito engraçada:

“Meu Santo Antônio querido,
meu santo de carne e osso,
se tu não me dás marido,
não tiro você do poço.

Meu querido Santo Antônio,
feito de nó de pinho,
me arranje um casamento
com um moço bonitinho (ou bonzinho).

Santo Antônio, casamenteiro,
não deixe a (dizer o nome) ficar solteira.

Santo Antônio, me case já,
enquanto sou moça e viva.
O milho colhido tarde
não dá palha nem espiga.

Minha avó tem lá em casa
um Santo Antônio velhinho.
Em os moços não me querendo
dou pancadas no santinho.

Santo Antônio, Santo Antônio,
abaixai-me esta barriga,
que não sei que tem dentro,
se é rapaz ou rapariga.

Santo Antônio pequenino,
mansador de burro brabo,
vem amansar minha sogra,
que é levada do diabo.”

Em seguida cada uma de nós rezou a Oração do Namorados:

“Santo Antônio, que sois invocado como protetor dos namorados, olhai por mim nesta fase importante da minha existência, para que não se perturbe esse tempo bonito da minha vida com futilidades e sonhos sem consistência, mas o aproveite para um melhor e maior conhecimento daquele ser que Deus colocou ao meu lado e para que ele também melhor me conheça.

Assim, juntos, preparemos o nosso futuro, onde nos aguarda uma família que, com vossa proteção, queremos cheia de amor, de felicidade, mas sobretudo de benção de Deus. Santo Antônio, abençoai este nosso namoro, para que transcorra no amor, na pureza, na compreensão, na sinceridade e na aprovação de Deus”.

Pois não é que as artimanhas de vovó deram certo também para nós? No ano seguinte em que recebemos o Pãozinho de Santo Antônio e amarramos o santo, as quatro irmãs da família Bezerra casaram-se no Dia de Santo Antônio!


São Paulo, junho de 2009



sexta-feira, 15 de junho de 2012

Campanha Nacional de Vacinação Contra a Poliomielite


Campanha Nacional de Vacinação Contra a Poliomielite começa no próximo sábado, 16 de junho, e crianças com até 5 anos incompletos devem tomar a primeira dose da vacina. A novidade na campanha de 2012 será na segunda fase, em agosto, quando ocorre a Campanha Nacional de Multivacinação, no qual todas as crianças dessa faixa etária receberão as doses de qualquer vacina que estiver em atraso, com base no cartão de vacinação. Também conhecida como paralisia infantil, a doença é considerada erradicada no país desde o início dos anos 1990. O último caso registrado no Brasil foi em 1989 e no continente americano em 1991, no Peru.




quinta-feira, 14 de junho de 2012

SÃO JOÃO DE JOÃO PESSOA 2012

Alceu Valença, Santanna, Flávio José e Renata Arruda são algumas atrações 
do São João em João pessoa (Foto: Montagem/G1)

Prefeitura divulga programação do São João de João Pessoa


Não é só de interior que é feito o São João da Paraíba. Nesta quarta-feira (13), o prefeito de João Pessoa, Luciano Agra, divulgou a programação completa dos festejos juninos da capital paraibana. Entre as atrações dos festejo de São João na capital estão Alceu Valença, Santanna, Pinto do Acordeon, Flavio José e Renata Arruda. A programação divulgada nesta quarta-feira conta com mais de 50 atrações.

O superintendente da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), Lúcio Vilar, afirmou que os artistas foram escolhidos a partir da afinidade que tinham com Luiz Gonzaga e Marinês, homenageados do São João de João Pessoa. "Fazendo jus à memória de Luiz Gonzaga e Marinês, que também é homenageada neste ano, vamos privilegiar grupos da Paraíba, Nordeste e Brasil que beberam da fonte de Gonzagão. Esse foi nosso critério", comentou.

Prefeito disse que festa da capital não é feita
para competir com outras (Foto: Krystine Carneiro/G1)
Com muito forró, a festa junina acontece de 22 a 29 de junho em um palco montado no Ponto de Cem Réis, no Centro da cidade. A abertura, no dia 22, fica por conta dos grupos As Bastianas e Orquestra da Bomba do Hemetério. Flávio José e Os Três do Xamego ficam responsáveis por encerar a festa no dia 29. Os shows começam sempre às 18h. No palco de cultura popular, montado no Ponto de Cem Réis. Na Praça Do Adauto, outro ponto do evento, acontece o festival de quadrilhas juninas.

De acordo com Lúcio Vilar, as verbas investidas na festa gira em torno de R$ 1 milhão, tudo de recursos próprios da prefeitura. “Não estamos fazendo essa festa para competir com nenhum outro São João. Muita gente não tem condições e direito de ir para festa porque tem relações trabalhistas que impedem o deslocamento nesses dias. Então a cidade tem a obrigação, tendo em vista que João Pessoa é a capital de todos os paraibanos”, comentou o prefeito Luciano Agra.

Os homenageados deste ano vão ser o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, que, se estivesse vivo, completaria 100 anos de idade em 2012, e a cantora pernambucana Marinês, considerada a Rainha do Xaxado. "É justíssima essa homenagem ao 'Rei' nos seus 100 anos", afirmou Agra durante a solenidade. "Esse é o rei que tem legitimidade neste país, de ponta a ponta".

Confira a programação completa do São João de João Pessoa - O Melhor da Gente:

Sexta-feira, dia 22
18h - Palco de Cultura Popular - Cantoria de Viola (João Paulo Bento e Pedro Firmino)
19h - Palco Principal - Orquestra Sanfônica do Balaio Nordeste - Tocando Luiz Gonzaga
20h - Palco de Cultura Popular - Forró com Meire Lima
21h - Palco Principal – Bastianas
22h30 - Palco Principal - Orquestra da Bomba do Hemetério

Sábado, dia 23
18h - Palco de Cultura Popular - Dupla de Aboiadores Zé Val e Dedé de Salgado
19h30 - Palco de Cultura Popular - Forró Kintura Nordestina
21h - Palco Principal - Renata Arruda
22h - Palco Principal - Genival Lacerda
22h30 - Palco Principal - Nando Cordel

Domingo, dia 24
18h - Palco de Cultura Popular - Dupla de Emboladores Zezinho e Carlos Batista
19h30 - Palco de Cultura Popular - Alexandre Pé de Serra
21h - Palco Principal - Ripa na Chulipa
22h30 - Palco Principal - Antônio Barros e Cecéu

Segunda-feira, dia 25
18h - Palco de Cultura Popular - Coco de Roda do Meste Benedito
19h30 - Palco de Cultura Popular - Marluce Forrozeira
21h - Palco Principal - Clã Brasil
22h30 - Palco Principal - Alceu Valença

Terça-feira, dia 26
18h - Palco de Cultura Popular - Coco de Roda Novo Quilombo do Gurugi
19h30 - Palco de Cultura Popular - Chameguinho do Forró
21h - Palco Principal - Forró Caçuá
22h30 - Palco Principal - Trio Nordestino

Quarta-feira, dia 27
18h - Palco de Cultura Popular - Penha Cirandeira
19h - Palco de Cultura Popular - Forró da Mala
20h - Palco Principal - Fuba de Taperoá
21h - Palco Principal - Pinto do Acordeon
22h30 - Palco Principal - Dejinha de Monteiro

Quinta-feira, dia 28
18h - Palco de Cultura Popular - Ciranda do Sol
19h30 - Palco de Cultura Popular - Amigos do Forró
21h - Palco Principal - Swing Nordestino
22h30 - Palco Principal – Santanna

Sexta-feira, dia 29
18h - Palco de Cultura Popular - Coco e Ciranda Tupinambá - do Mestre Carboreto
19h30 - Palco de Cultura Popular - Flor de Caruá
21h - Palco Principal - Os Três do Xamego
22h30 - Palco Principal - Flávio José


MOSTRA PEDAGÓGICA PIOLLIN

DIA MUNDIAL DO DOADOR DE SANGUE


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