domingo, 30 de setembro de 2012

Querido sobrinho Thiago...

Thiago com a mãe, a irmã e o casal de filhos


Querido sobrinho Thiago...

Faz 7 dias hoje da sua morte brutal e desnecessária e eu queria que, como Lázaro, você também ressuscitasse e voltasse para o seio da sua família, para cuidar dos seus filhos, da sua mulher e deixar todos nós felizes, mas isso não vai acontecer...

Faz 7 dias hoje que uma criatura muito ruim que lhe devia dinheiro, a quem você ajudou e acreditava ser alguém que lhe tinha consideração, atraiu você para a morte ajudado por mais duas criaturas tão ruins quanto ele...

Faz 7 dias hoje que o seu filhinho tão amado por você, não escuta mais o seu assovio ao chegar em casa, ficando feliz e batendo palminhas porque o painho chegou...

Faz 7 dias hoje, exatamente no dia em que a sua filhinha o visitava, que ela não tem mais o pai para dizer: “Papai Thiago!”...

Faz 7 dias hoje que nós todos da sua família e, principalmente, sua mãe e sua irmã, choramos a sua perda...

Faz só 7 dias que você se foi, mas saiba que por todo o resto das nossas vidas, você será lembrado como o homem doce, de bom coração, que ajudava os outros e que amava muito os seus filhos e a sua família. E isso, querido sobrinho Thiago, é o que vale para todos os que o conheceram e privaram da sua amizade e da sua companhia...

Descanse em paz...

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

ESTOU DE LUTO...

Meu sobrinho Thiago, morto em 24-09-2012 pela violência que assola o país.

domingo, 23 de setembro de 2012

PRESENTE DE DOMINGO...



PRIMAVERA

Augusto dos Anjos

Primavera gentil dos meus amores,
- Arca cerúlea de ilusões etéreas,
Chova-te o Céu cintilações sidéreas
E a terra chova no teu seio flores!

Esplende, Primavera, os teus fulgores,
Na auréola azul dos dias teus risonhos,
Tu que sorveste o fel das minhas dores
E me trouxeste o néctar dos teus sonhos!

Cedo virá, porém, o triste outono,
Os dias voltarão a ser tristonhos
E tu hás de dormir eterno sono,

Num sepulcro de rosas e de flores,
Arca sagrada de cerúleos sonhos,
Primavera gentil dos meus amores!


Imagem Facebook


sábado, 22 de setembro de 2012

PORQUE HOJE É SÁBADO...



DE NOVO, PRIMAVERA

Luiz Carlos Amorim

E a primavera chegou. Esta manhã ela veio, devagarinho, tímida, com frio, desacompanhada do sol. Mas veio. O dia ficou cinza, parece que o inverno não gostou nada de dar seu lugar à esperada primavera e recusou-se a ir embora. Mas ele vai, ah, se vai.

Vi a primavera no meu jardim, onde tudo está florescendo. Os pés de araçás, os cravos, os ibiscos, as orquídeas, aquelas de caules longos. Um dos meus pés de jacatirão abriu um botão temporão, vejam só, agora, quase no fim de setembro, só pra homenagear a recém-chegada primavera. Até os pés de cebolinha floresceram suas flores roxas, o morango, o manjericão. 

Nas ruas, ainda floresce o ipê. Tudo vai florescer, daqui por diante. A vida vai florescer. Tudo terá mais cor, pois o sol voltará e as pessoas deixarão florescer os sorrisos.

A estação mais bonita do ano chegou. Tudo brotará, com viço, até a alegria no coração das pessoas. O verde ficará mais verde, toda cor ficará mais colorida. Toda árvore, da maior a mais simples, toda planta prestará seu tributo à Mãe Natureza, desabrochando suas flores.

É tempo de primavera, tempo de recomeçar, de renascer, tempo de brotar para a vida. É tempo de festa, pois a primavera chegou.


Imagem Facebook

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

CAFÉ CULTURAL


LUTO EM LUTA


Documentário “Luto em luta” entra em cartaz!

No dia 21 de setembro entra em cartaz em nove salas da Rede Cinemark de São Paulo, o documentário “Luto em luta” com direção de Pedro Soffer Serrano que mostra, entre outras, a história de Vitor Gurman, bem como de Bruna e Miriam Baltresca, atropelados na calçada por motoristas embriagados

Na primeira parte o tema é a “barbárie” e os desastres de Vitor, Bruna, Miriam, Carol (vítima do motorista do Porsche), Edson Roberto (vítima do motorista do Camaro Vermelho) entre outros são focados.

Vitor Gurman
Na segunda parte, o tema é o “luto” com o depoimento de Rafael Baltresca que, conta como foi aquela madrugada em que recebeu a notícia da morte de sua mãe e de sua irmã e, a decisão em mostrar a sua “ferida”, abrindo mão de sua privacidade, em busca de uma mudança nas leis de trânsito que envolvam embriaguez ao volante. Gladys Ajzenberg (mãe de Vitor Gurman) lê uma carta em que conta sobre uma noite de lua cheia na qual ela e Vitor olharam admirados para o céu tamanha a beleza, isso aconteceu quando ele ainda era pequeno. Era uma lua tão linda e tão grande que, eles nunca mais viram outra igual. No entanto, desde então criaram o hábito de, onde quer que estivessem, ao olhar a lua cheia, lembrar um do outro. Para Gladys, a lua seria a lembrança que, Vitor teria dela quando no futuro, ela não estivesse mais aqui, mas de uma forma brutal, Vitor morreu aos 24 anos e, hoje ela é quem ao olhar para a lua cheia, se lembra do filho.

Na terceira parte, o tema é a “luta” e mostra o Movimento “Viva Vitão – Não espere perder um amigo para mudar sua atitude no trânsito”, um grupo de pessoas que, após a perda irreparável do amigo, decidiu se mobilizar e transformar o seu luto em luta. O Movimento Não Foi Acidente mostra o que acontece hoje com as pessoas que cometem um crime de trânsito, explica sobre o Projeto de Lei e, o que busca mudar.

Durante o filme, depoimento de juristas, jornalistas, psicanalistas entre outros e, especialistas no assunto “trânsito” abordam o tema de maneira clara e objetiva.

Sabemos que, não é um filme com apelo comercial, desta forma, se houver audiência, poderá ir para outras salas. Eu o assisti na pré-estreia e fiquei muito emocionada com a riqueza de detalhes e clareza nas falas. Um filme necessário e, para TODOS!


Faça parte da mudança, assine a petição em: http://naofoiacidente.org/blog/assine-a-peticao/


domingo, 16 de setembro de 2012

PRESENTE DE DOMINGO...



O BOLÃO DO SEU ORLANDO

Pedro Paulo Paulino

Se você, logo cedinho
Se põe na beira da estrada
Esperando por transporte
Que não lhe faça maçada
Amigo, não fique aflito
Quando escutar o apito
De carro se aproximando
Não perca essa condução
Com certeza é o Bolão
Que por aí vem chegando

Esse Bolão tão falado
Não é bonde, não é trem
Não é topic nem kombi
Não é caminhão também
Bolão é um ônibus velho
Que bem antes do evangelho
Já rodava neste chão
Mesmo apesar dessa idade
Aqui na localidade
Ele é nossa condução

Devido esse coletivo
Ter formato arredondado
Pelo povo logo foi
De Bolão apelidado
E por ser também cargueiro
Carrega em seu bagageiro
Feijão, fava e jerimum
Comparo o velho Bolão
Tal qual de mãe, coração
Que sempre cabe mais um

Seus passageiros de sempre
Durante a semana inteira
É o seu Julinho Gomes
É o seu Pedro Ferreira
A família dos Barrins
Mundoca, Pedro Martins
Chico Avelino e o Braz
(Só não transporta o Davi
Pois toda vez que entra ali
U’a confusão logo faz)

O povo da Vila Campos
De classe mais reservada
Pra viajar no Bolão
Tem poltrona separada
Da família de Paulino
À família Secundino
O Bolão todos conduz
Com destino a Canindé
Além do Manel André
E o Roque Teixeira Cruz

Se acaso for estudante
No Bolão tem livre passe
De modo que todo dia
Vai gente de toda classe
Seu Orlando tem razão
Não deixa haver confusão
Pois se der na sua vista
Ele agarra na canela
E joga pela janela
Do outro lado da pista

Na traseira do Bolão
Onde se bota bagagem
A gente sentando lá
Não dá fé nem da viagem
A moçada conversando
O Bolão velho rodando
Encurtando seu destino
E para quem vai na frente
Viaja muito contente
Ouvindo Chico Justino

A sua velocidade
A ninguém causa pavor
Para ele não tem pressa
Seja que momento for
Na frente de todo horário
Pra fazer itinerário
O Bolão parte primeiro
Seu Orlando empurra o pé
Mas o Bolão sempre é
Quem chega por derradeiro

E no tempo de eleição
O Bolão é servidor
É mesmo o melhor transporte
Pra conduzir eleitor
Para votar leva o povo
E traz de volta de novo
Na subida e na banguela
O Bolão tem liberdade
Pois já passou da idade
De ser preso na cancela

Parabéns para o Bolão
O transporte do lugar
Tomara que seu Orlando
Não o queira aposentar
Pois se isto acontecer
Eu sou capaz de dizer
Todo cheio de razão
Que, pra ir a Canindé
Prefiro mesmo ir a pé
Se não passar mais Bolão