sábado, 21 de janeiro de 2012

30 DIAS SEM MEU PAI...

De azul, a sua cor preferida – 20/03/2011
Hoje faz 30 dias que meu pai partiu para sua viagem final. Após 4 meses de agravamento das suas doenças, chegou a sua hora em 21/12/2011.


A vida inteira ele teve toda a assistência que eu pude dar. Desde coisas simples, até as mais específicas para aliviar os efeitos das suas doenças e das suas limitações, lhe foram proporcionadas por mim, com muito amor, carinho, prazer e boa vontade. E Deus me concedeu o privilégio de ter sido a última pessoa a vê-lo com vida. Às 3 horas da manhã eu lhe dei água, brinquei com ele e beijei-o muito. Quando acordei de um cochilo na cadeira às 4:40, ele havia partido...

Meu pai também passeou e se divertiu muito, pois sempre viajávamos nas férias e nos longos feriados, como a Semana Santa. O destino principal era João Pessoa, onde mora sua família e porque eu temia que ele morresse, já que estava envelhecendo, sem ver as pessoas queridas. Esse também foi um dos motivos que me levaram a voltar para João Pessoa, depois de sair daqui bebê e voltar após 53 anos.


Quando conheceu a bisneta – 13/08/2011
Viajávamos também para outros lugares, praias, principalmente, e em 2005 passamos a semana inteira do carnaval em SP. De lá fomos até Aparecida, São José dos Campos e Campos do Jordão. Íamos de metrô para o Terminal Rodoviário do Tietê e lá pegávamos um ônibus para essas cidades. Voltávamos no fim do dia ou então no dia seguinte, como quando fomos a Campos do Jordão. Ele ainda aguentava andar a pé e viajar de ônibus. Estava muito bem naquela época.

E ele nunca me pediu para voltar para João Pessoa, até porque nossa vida estava toda organizada no Recife (trabalho, principalmente), mas eu sabia que esse era um desejo dele.

Quando em 2007 comecei a procurar moradia aqui, escolhi como local o bairro de Jaguaribe, pois é onde mora boa parte da família dele e da minha mãe e todos pertinho de nós. Além disso, Jaguaribe foi o bairro onde ele e minha mãe viveram (ele, depois que veio do Pilar, sua terra natal, morar com o irmão e as sobrinhas) até casarem e mudarem para Curitiba e depois para o Recife.

Uma das últimas fotos - 05/11/2011
No início, quando ele ainda podia andar muito, saía para caminhar de manhã cedo e ia longe, revendo os lugares que conhecia como a palma da mão. Ao andar de carro pelo bairro, ficava dizendo para mim: “ali morou fulano, ali sicrano, essa rua tinha outro nome” e coisas desse tipo. Era uma viagem no tempo e na sua memória, que era ótima.

Eu ainda estou muito triste com a sua partida e não há dia que eu não chore e que não lembre dele, mas sei que isso vai melhorar com o tempo. Nessas ocasiões o que me ajuda é ter a certeza de que ele teve assistência, amor, carinho e o melhor que as nossas condições financeiras puderam oferecer, principalmente nos últimos anos de vida. E mereceu tudo isso, pois foi um ótimo pai, marido, tio, filho, irmão, cunhado, genro e amigo.

Ele adorava conversar e fazia isso onde chegava, até com estranhos. E quando não gostava das pessoas, não tinha jeito. Não as destratava, mas também não fingia gostar só para agradar. Esse era seu Ademar Vieira.

Saudades eternas, meu querido pai...

Fátima Vieira

2 comentários:

Julio Vila Nova disse...

Fátima,

Dsesejo-lhe força para enfrentar o momento difícil. Grande abraço

Fatita Vieira disse...

Professor Júlio Vila Nova,

Agradeço a solidariedade.

Abraços!