Pedro Paulo Paulino
NO DIA DO CORDELISTA
(1º de agosto)
Pedro Paulo Paulino
Eu começo uma viagem
Para cumprir uma lista
De parabéns e abraços
Levados a muito artista,
Pois a folhinha anuncia
Que nesta data é o dia
Do poeta cordelista.
Começo por minha terra,
Santuário de romeiro,
E aqui dou meus parabéns
A José Natan Marreiro
Que além de poeta é
Conhecido em Canindé
Como antigo folheteiro.
Seguindo esse
itinerário,
Me levanto da cadeira,
Sigo no rumo do Monte,
Indo quase na carreira,
Estugando sempre o passo,
Carregando o meu abraço
Para o Gonzaga Vieira.
Depois vou para o
Mercado,
Contente e sempre veloz.
Chegando ali, abro os
braços
E proclamo em alta voz:
“Senhores, fiquem
atentos,
Que vim dar meus
cumprimentos
Ao poeta Celso Góis”.
Agora, vou buscar outro
Que faz parte desta
lista.
É cantor e é poeta
E também radialista,
Famoso compositor
Do “Pãozinho de amor”,
Um tal de Jota Batista.
E nesta cidade, ainda,
Eu parto feito um corcel
E abraço Silvio Roberto
Que já mostrou no papel
O brilho do seu escrito;
É um poeta erudito,
Mas, quando quer, faz
cordel.
Eu vou à procura, agora,
Cá neste mesmo torrão,
Do poeta Arlando Marques
Com a sua inspiração.
Um dos melhores,
calculo.
Assim é que o congratulo
Com forte aperto de mão.
Pra fazenda Santa Cruz
Eu marcho agora
apressado.
Ao Sebastião Ferreira
Eu vou deixar meu
recado.
Leva uma vida de duque,
Não quer nem ver
facebook,
Por isso não foi
marcado.
Da fazenda Santa Cruz
Eu sigo pra Caridade.
Para o Tonico Marreiro,
Levo encômios de
verdade.
Brilhante radialista.
Condoreiro cordelista
Do bairrismo e da
saudade.
Agora eu deixo o sertão
E sigo em rumo da praia,
Mas chegando em
Fortaleza
Eu entro para a Caucaia
E vou bater à choupana
De Arievaldo Viana,
Poeta da mesma laia.
Então o parabenizo
Pelo seu grande papel
De poeta popular
Que faz versos a granel
E tem bastante conceito
Por tudo quanto tem
feito
Em defesa do cordel.
Ainda na Capital,
Dar meu abraço é preciso
Num poeta cordelista
Que já pisou onde eu
piso,
Trabalho em Canindé
La no IFCE,
Não foi, Ricardo
Narciso?
Saindo da Capital
Eu parto feito um cigano
E vou parar desta feita
Em solo paraibano,
Pois reconheço o valor
Do poeta e escritor
Aderaldo Luciano.
Para o cordel, Aderaldo
É importante figura,
Conhece a fundo o
Nordeste,
Seu povo e sua cultura,
E vai por todo o Brasil
Mostrando que está a mil
A nossa literatura.
Voltando pra minha
terra,
Eu deixo por derradeira
Esta lembrança à memória
De um poeta de primeira,
O exímio cordelista
E não menos sonetista
Que foi Wanderley
Pereira.
Parabéns, todos poetas
Do cordel tão
nordestino!
Falei nos que mais
conheço
E as homenagens termino.
Para cada companheiro,
O abraço verdadeiro
Do Pedro Paulo Paulino.