quarta-feira, 24 de agosto de 2011

HOMENAGEM AOS 112 ANOS DE JORGE LUIS BORGES


Jorge Luis Borges nasceu em 24/08/1899

EPITÁFIO

Jorge Luis Borges

Ya somos el olvido que seremos.
El polvo elemental que nos ignora
Y que fue el rojo Adán y que es ahora
Todos los hombres y los que seremos.

Ya somos en la tumba las dos fechas
Sel principio y el fin, la caja,
La obscena corrupción y la mortaja,
Los ritos de la muerte y las endechas.

No soy el insensato que se aferra
Al mágico sonido de su nombre;
Pienso con esperanza en aquel hombre

Que no sabrá quien fui sobre la tierra.
Bajo el indiferente azul del cielo,
Esta meditación es un consuelo.


EPITÁFIO

Jorge Luis Borges

Já somos o esquecido que seremos.
O barro primordial que nos ignora
De que foi feito Adão e mesmo agora
Todos os homens e os que então seremos.

Já somos no sepulcro os dois momentos
Do princípio e do término, o caixão,
A mortalha e a nojenta abjeção,
Os ritos de morrer e seus lamentos.

Não tenho a insensatez do que se aferra
Ao mágico chamado de seu nome;
A esperança de alguém já me consome

Não saberá quem fui por sobre a terra.
Sob este imune azul do firmamento,
Nesta meditação consolo tento

Tradução: Gerardo de Melo

Nota do blog Vila Campos Online:

Nosso colaborador Gerardo de Melo envia um curioso soneto cuja autoria é atribuída ao escritor argentino JORGE LUIS BORGES. O trabalho está inserido no livro A Ausência que Seremos, que é, “antes de mais nada, a ‘biografia’ escrita pelo filho do médico sanitarista colombiano Héctor Abad Gómez (1921-87), defensor de causas sociais e dos direitos humanos executado pelos esquadrões da morte que golpearam seu país nos anos 1980.

O título do livro provém do primeiro verso do soneto “Epitáfio”, atribuído a Jorge Luis Borges, que Héctor Abad filho encontrou no bolso do pai, pouco depois de seu assassinato.”



Imagem Google

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