Fátima Vieira
Hoje, 19/02/2010, completo 57 longos e bons anos de vida. Parabéns para mim!
Parece algo ridículo e prepotente eu mesma me dar parabéns, não é? É não!!! Me dou parabéns porque acho a vida uma coisa tão boa, mas tão boa, que fico muito feliz por estar viva e comemorando mais um ano. Então, mereço parabéns por viver!
Há pessoas que nem dizem a data de nascimento (o ano então...), porque não gostam de comemorar aniversário. Eu sou totalmente o contrário dessas pessoas. Todo ano eu queria poder dar uma enorme festa, convidar toda a família e todos os meus amigos para celebrar a minha existência. E olhe que minha vida não é um mar de rosas, porque, como todas as pessoas, sofro com os percalços que ela me apresenta, mas faz parte e sou feliz assim.
Nesses 57 anos tive muitas vitórias e algumas derrotas, como a morte da minha mãe e do meu irmão. E, certamente, esses foram os fatos que mais me marcaram. Mas ainda tenho o meu pai, que está com uma grave doença, mas vivo e se tratando. Terá, pelo menos, uma boa qualidade de vida para terminar os dias dignamente.
Namorei muito e namoro ainda, mas nunca casei e não tenho descendentes diretos porque nunca quis ter filhos. Foi uma escolha da qual não me arrependo, mas muita gente diz que deveria ter filhos porque vou terminar a vida sozinha. E filho é sinônimo de companhia no final da vida? Nunca foi! Os filhos têm que seguir com suas próprias vidas e não ficar atrelados aos pais por obrigação ou pena. Eu cuido do meu pai porque quero, porque devo e porque me dá prazer. Meus pais nunca foram empecilho para nada na minha vida, pelo contrário. E continua assim. Muitas vezes me sinto cansada porque somos só nós dois e eu para fazer tudo, mas vale a pena e não reclamo.
Enfim, a vida é bela e quero viver muitos anos ainda, lúcida, produtiva, braba, moleca, alegre e sorridente, como sou, claro! E se for para ficar em cima de uma cama, melhor morrer logo. Não me imagino dando trabalho às pessoas, portanto, quero morrer dignamente, de um enfarto fulminante, de preferência. E depois do meu pai, para ele não ficar sozinho. Será que é pedir muito?